Dor, temperatura local aumentada, vermelhidão e inchaço: esses são alguns dos sintomas associados à mastite puerperal, uma inflamação que acomete as glândulas mamárias das mulheres em fase de amamentação. Ela acontece principalmente nas primeiras semanas após o nascimento do bebê. Além disso, pode haver presença de sintomas sistêmicos, como mal-estar geral, calafrios, febre e dores no corpo.
Trata-se de uma situação relativamente comum, que em sua forma aguda dura em média 30 dias e afeta de 2% a 10% das lactantes, podendo evoluir para quadros mais graves, com abscessos mamários e sepse. Em entrevista à AnaMaria, Cinthia Calsinski, enfermeira obstetra e consultora internacional de lactação, explicou como aliviar os sintomas da mastite. Confira a seguir!
Quais são as causas da mastite?
A mastite é uma inflamação da glândula mamária, que pode evoluir para infecção. Ela é associada a uma produção de leite aumentada, a obstrução dos dutos mamários ou desequilíbrio bacteriano na mama.
Quando os sintomas são inflamatórios, ou seja, sinais e sintomas locais, sem febre, o tratamento será com anti-inflamatório e compressa gelada. Caso haja sintomas sistêmicos, como febre, o tratamento é feito com antibióticos.
É possível evitar que se desenvolva um quadro de mastite puerperal com algumas medidas simples. Entre elas, a especialista destaca a amamentação fisiológica, ou seja, amamentar o bebê direto no seio. Outras boas práticas de amamentação podem prevenir esse problema, como alternar as mamas regularmente e certificar-se que o bebê está com uma boa pega, para evitar ferimentos nas mamas.
Alguns hábitos podem acarretar o desequilíbrio das bactérias locais e predispor a mastite, como uso de bombas extratoras de leite, bico de silicone para amamentação, chupetas e mamadeiras. É fundamental acrescentar que a mastite não é contagiosa e nem acontece por falta de higiene.
Amamentação durante a mastite
Cintia esclarece que durante o quadro de mastite não é preciso mudar a rotina de amamentação, já que a livre demanda é uma das formas para aliviar os sintomas da mastite. A amamentação deve continuar mesmo que seja indispensável o uso de antibióticos, já que a escolha deve ser baseada em medicamentos compatíveis com a amamentação.
“Também não é necessário esvaziar as mamas ou massagear. É muito importante que se continue a amamentação em livre demanda. Recomenda-se usar o mínimo de bomba extratora possível, e se possível, não usar, pois ela não permite a troca de bactérias entre a boca do bebê e seio, podendo prejudicar o equilíbrio bacteriano”, diz a enfermeira obstetra.
A escolha do sutiã adequado também é um detalhe que merece atenção: é essencial que, durante o período de lactação, a recém-mãe opte por peças adequadas, próprias para amamentação, e que a mama fique toda coberta. Modelos apertados, no estilo meia-taça ou parecidos com biquíni cortininha, não são indicados. Também é aconselhável não realizar massagens profundas nas mamas, que podem causar aumento da inflamação e do inchaço. Nestes casos, o ideal é a drenagem linfática, ou seja, superficial.
Como aliviar os sintomas da mastite
Segundo a especialista, é importante que as lactantes saibam que a maioria dos sintomas são resolvidos com cuidados simples e sem necessidade de antibióticos. Uma consultora de amamentação pode ajudar a aliviar os sintomas da mastite e orientar a lactante para que ela saiba palpar as mamas e sentir se há melhora ou não do quadro após as mamadas, drenagem ou compressa fria ao longo dos dias.
Pode ocorrer queda na produção de leite no momento da mastite, e seu aumento pode ocorrer sem dificuldade após a resolução da inflamação da glândula mamária. A consultora de amamentação ajudará com indicações específicas para cada mulher em cada momento da mastite, fazendo a avaliação clínica, acompanhamento do caso com as mudanças diárias, drenagem das mamas e suporte emocional.
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