O humorista Marcius Melhem agora é oficialmente réu em um processo por assédio sexual continuado. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Estado (MPRJ) nesta terça-feira (8). As alegações referem-se a casos de assédio que teriam acontecido enquanto o humorista ocupava a posição de Diretor de Humor na TV Globo e mantinha contato profissional com as vítimas, as atrizes Ana Carolina Portes e Georgiana Góes, além de uma terceira colaboradora da emissora que preferiu não revelar sua identidade, de acordo com informações do UOL e confirmação pela TV Globo.
A decisão do TJRJ ressalta a gravidade das acusações e marca mais um capítulo no escândalo de assédio sexual que abalou o meio artístico. As denúncias, que vieram à tona após os relatos de Carol Portes e Georgiana Góes, O escândalo envolvendo Marcius Melhem ganhou ampla repercussão após Dani Calabresa expor que teria sido vítima de assédio por parte do humorista.
A comediante, que também trabalhava na Globo, relatou ter passado por situações humilhantes e constrangedoras, o que levantou debates sobre a cultura do silêncio e da impunidade em casos de assédio no ambiente de trabalho. No entanto, o caso dela foi arquivado por prescrição punitiva dos fatos. E vale mencionar que o mesmo ocorreu com outras quatro mulheres que denunciaram Melhem, pelo mesmo motivo do arquivamento de Calabresa.
As atrizes Carol Portes e Georgiana Góes também relataram situações de constrangimento e abuso sexual durante o período em que trabalharam com Melhem na Globo. As acusações incluíam relatos de avanços indesejados, comportamento inadequado e situações que caracterizam assédio sexual.
É importante ressaltar que a investigação e o processo judicial continuam, e o resultado final dependerá das decisões da justiça. A defesa de Marcius Melhem divulgou uma nota nesta terça-feira (8), afirmando que irá constestar a acusação contra o humorista.
Confira o posicionamento dos advogados na íntegra:
“A escolha ilegal de uma promotora que não teve nenhum contato com as investigações, em evidente violação ao princípio do promotor natural, fato gravíssimo já levado à apreciação do Supremo Tribunal Federal, resultou, como se esperava, em uma denúncia confusa e inteiramente alheia aos fatos e às provas. Ignorando totalmente os elementos de informação do Inquérito Policial, a denúncia acusa Marcius Melhem do crime de assédio sexual contra três das oito supostas vítimas. No momento oportuno, esta absurda acusação será veementemente contestada pela defesa do ex-diretor, que segue confiante na Justiça, esperando que a Magistrada não dê prosseguimento ao processo, como lhe faculta a lei“.