Admitamos: nós adoramos jogar! É estimulante, desafiador, aguça o desejo de se superar, proporciona um prazer imenso de avançar em cada fase… Não que isso não possa ser sério: jogos têm a ver com competência, e isso nos move muito na vida.
Acrescente o fato de que somos competitivos, uns mais que outros. Mas é bem divertido, além de fazer com que a gente consiga ficar distantes dos problemas, mesmo que momentaneamente – um escapismo que faz um bem danado à saúde mental!
São vários pontos positivos. Por meio dos jogos, muita gente ainda aprende inglês (ou outra língua), memoriza países e capitais, desenvolve a concentração etc. No entanto, é importante salientar: isso não significa que jogar nos protege de ter problemas de memória. Vamos explicar: o cérebro é constantemente bombardeado por informações e nossa memória nos faz viver emoções boas e ruins. Tudo isso é muito bom e nos deixa alertas.
Por outro lado, muito ainda precisa ser estudado para sabermos exatamente o que acontece com o cérebro quando nos concentramos bem como nosso estado de ânimo interfere nisso. Porém, temos algumas informações: para aprender, precisamos focar e isso significa filtrar alguns estímulos.
É preciso também repetir leituras, escrever textos, pintar, cantar, tocar, jogar um jogo estimulante para o desenvolvimento do intelecto…
Então, nesse sentido, muitos jogos administrados em tempo e quantidade adequados podem melhorar, sim, os aspectos da cognição, já que a coloca em situações de acesso ao conhecimento.
É importante dizer que já existem provas de que o descanso, a diversão e o relaxamento são excelentes para o intelecto – tudo isso aliado a uma alimentação saudável e a prática regular de atividade física. Saibamos dosar tudo muito bem.
LUIZ SCOCCA é psiquiatra com mais de 20 anos de atendimento em consultório próprio, além da participação em grupos de estudo, congressos e projetos sociais. Formado pela USP e membro das associações brasileira e americana de psiquiatria: ABP e APA.