A história de Vanessa, moradora de Uberaba (MG), levanta uma dúvida comum sobre herança e sucessão. Ela queria vender seus bens para o genro e, ao mesmo tempo, deserdar as filhas. Esta questão envolve direitos garantidos por lei e situações específicas previstas no Código Civil.
Embora a legislação permita a venda de bens em vida, o processo de deserdar herdeiros exige requisitos legais. Entender como funciona cada caso é essencial para evitar problemas futuros e garantir que decisões patrimoniais sejam válidas.
Venda de bens em vida: o que a lei permite
De acordo com a legislação brasileira, qualquer pessoa pode vender seus bens em vida, sem obrigação de reservar parte para os filhos. Vanessa, por exemplo, poderia transferir imóveis ou valores ao genro, desde que a negociação fosse feita por preço justo e registrada corretamente.
No entanto, ao falecer, se ainda houver patrimônio, metade obrigatoriamente deve ser destinada aos herdeiros necessários, como filhos. Essa parte é chamada de legítima, e não pode ser retirada por vontade própria.
Motivos que podem levar à deserdação
O deserdar herdeiros não é um processo simples, mas pode ocorrer em situações previstas em lei. Entre elas estão ofensas graves e crimes contra a honra, que podem ser usados como justificativa para excluir um filho da herança.
- Ofensas verbais e xingamentos contra os pais.
- Atos de violência física ou psicológica.
- Crimes contra a honra, como difamação ou injúria.
- Comportamentos que atentem contra a vida ou dignidade dos pais.
No vídeo abaixo, do canal da advogada de direito imobiliário Manuela Ferreira, que conta com 24 mil inscritos, a profissional explica se casais com filhos podem vender todos os seus bens.
Como funciona o processo de deserdação
Para que a deserdação seja válida, é necessário que o motivo esteja registrado em testamento e fundamentado em provas. O processo pode ser contestado judicialmente pelos herdeiros, cabendo ao juiz avaliar se a exclusão é legítima.
Ou seja, não basta apenas declarar a intenção de deserdar: é preciso seguir os trâmites legais e comprovar as razões. Isso garante que o direito de defesa dos herdeiros seja respeitado.
Cuidados ao vender bens para familiares
Embora Vanessa possa vender seus bens ao genro, é importante avaliar se a transação é justa e não prejudica os próprios interesses. A lei permite a venda, mas recomenda cautela para evitar manipulações ou pressões externas.
Em resumo, vender bens em vida é possível, mas deserdar filhas exige motivos legais e comprovação. A história mostra como decisões patrimoniais devem ser tomadas com clareza e respaldo jurídico para evitar conflitos familiares e garantir segurança.








