Mãe de Eva, de 4 anos, Nathalia Dill divide sua rotina entre gravações, teatro e cinema. “Não organizo, não dou conta e assim seguimos”, resume, ao comentar sobre a tentativa de conciliar a vida profissional com os cuidados em casa. “A gente sempre usa uma imagem muito bonita da gangorra: tem momentos em que há muito, momentos em que há pouco”, conta.
A atriz, que estreou na TV há 18 anos como a vilã Débora, relembra o aprendizado técnico de Malhação e comenta os desafios atuais, como a série Guerreiros do Sol, no streaming: “Fazer uma novela feita de streaming, com uma trama mais complexa e um elenco majoritariamente nordestino foi uma das experiências mais desafiadoras da minha trajetória”, diz.
Para AnaMaria, ela também conta como enxerga a maternidade, sem romantização. “Procuro observar o que minha filha precisa no momento. A partir disso, vamos nos moldando.” E, mesmo com os horários instáveis da profissão, faz questão de manter pelo menos uma rotina: colocá-la para dormir todas as noites.
Nathalia, você começou a sua carreira, em 2007, como vilã em Malhação, a inesquecível Débora… algo super desafiador. O que você aprendeu naquela época que carrega até hoje?
Eu acho que Malhação foi, de fato, a minha entrada de cabeça no audiovisual. Já tinha feito algumas coisas antes, mas foi ali que mergulhei mesmo. Foi onde aprendi toda a linguagem: câmera, luz, como funcionam as gravações, o roteiro de gravação… Foi um aprendizado completo da dinâmica e da técnica, principalmente da televisão. Tudo que aprendi nesse período levei comigo para sempre. Foi um grande exercício, porque eram muitas cenas, muito texto, um volume enorme de trabalho. Então, a maior parte da técnica que desenvolvi e da compreensão do contexto do audiovisual veio desse processo em Malhação.
Já teve desafios, pessoas difíceis de lidar nas gravações, cenas que achou que não conseguiria fazer?
Eu acho que a Valiana, de Guerreiros do Sol, foi muito desafiadora por trazer uma trama bastante complexa, envolvendo uma doença [câncer de mama] que existe até hoje, mas que no passado era vista de outras formas. Além disso, participar de uma novela feita para o streaming, nesse novo formato, também foi algo desafiador. Outro ponto foi me entrosar em um elenco majoritariamente nordestino e fazer com que essa troca fosse natural em cena. Talvez esses tenham sido os meus maiores desafios.
Gosta mais de fazer vilã ou mocinha? Por que?
Eu sempre gostei muito de variar e me experimentar em diferentes personagens e linguagens. Gosto de transitar entre cinema, teatro, televisão ou qualquer outra forma de expressão. Outro dia, por exemplo, fiz a narração de um livro e tenho vontade de dublar um desenho. Sempre quis que todas essas linguagens se interligassem, como se uma retroalimentasse a outra. Entre mocinha e vilã, acho que, dependendo da linguagem e da forma, cada uma apresenta complexidades diferentes.
Agora você está em uma série (Guerreiros do Sol) e também em um filme (O Personagem), além de ter acabado de encerrar a temporada da peça ‘Três Mulheres Altas’. E ainda é mãe. Como organiza seu tempo para dar conta de tudo?
Pois é, não organizo, não dou conta e assim seguimos (risos).
Falando em maternidade, como equilibra presença em casa com trabalho?
Eu equilibro da forma que consigo. Aqui em casa, a gente sempre usa uma imagem muito bonita da gangorra: tem momentos em que há muito, momentos em que há pouco. É como na minha profissão: existem períodos com muita atividade e outros mais de reclusão, de projeção menor. Em casa também, há momentos em que consigo estar full time, cuidando e estruturando tudo, e outros em que não. Por isso, para nós, a gangorra é a melhor forma de representar esse equilíbrio.
Como é a Nathalia mãe? Qual estilo de maternidade optou por seguir?
Eu adoro ser mãe, é algo que sempre quis. Claro que eu não tinha real ideia do que seria, mas sempre tive o desejo de gestar, amamentar, cuidar e criar a família; esse desejo sempre foi latente em mim. Na prática, o que faço muito é tentar ouvir minha filha, compreender suas demandas e necessidades, o que ela precisa aprender e aprimorar, e a partir disso vamos nos moldando também. Procuro sempre observar o que ela precisa no momento. Li um livro recentemente que me ajudou muito, que fala sobre entender qual lição ou aprendizado a criança precisa naquele momento, e a partir disso vamos adaptando nossas dinâmicas.

O que você não abre mão na rotina de sua filha?
Bom, rotina é algo muito complexa, ainda mais em uma profissão em que meus horários variam bastante. Mas eu gosto muito de colocá-la para dormir: é um momento que a gente curte, relaxa junto, lê uma história. É um momento de muita conexão, e por isso eu sempre tento priorizá-lo.
Falando em relacionamento, o que não pode faltar para você, para seu casamento?
Acho que o mais importante é a conexão, entender as necessidades do momento e nunca deixar de se conectar.
E sobre saúde física e mental: como você costuma se cuidar? Tem rotina de esportes, treinos?
Pois é, rotina é algo muito complexo e sempre precisa ser adaptada, de tempos em tempos, principalmente com crianças, que têm necessidades diferentes a cada hora. Eu faço terapia, vou aos meus médicos, faço exames regularmente, tento manter o corpo ativo e estar perto das pessoas que amo, tanto família quanto amigos. Acho que tudo isso funciona como um refresh muito bom. E sempre que posso, busco a natureza: vou para o mar, para o mato. Todos esses elementos me ajudam muito.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (edição 1495, de 14 de novembro de 2025). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.








