Apesar de ser uma personagem de ficção, Miranda Priestly tem raízes bem reais. Interpretada magistralmente por Meryl Streep no longa ‘O Diabo Veste Prada’, lançado em 2006, a editora-chefe da revista fictícia Runway foi baseada em Anna Wintour — que ocupou o mesmo cargo na Vogue americana por impressionantes 37 anos. Recentemente, Anna anunciou sua saída do posto, marcando o fim de uma era no universo da moda.
Com direção de David Frankel, o filme se transformou em fenômeno global, não apenas pelo glamour dos bastidores da moda, mas também pela complexidade da personagem principal. Para Meryl, o sucesso era previsível. “Eu não tinha a menor dúvida. É muito raro, e você sabe quando está acontecendo”, disse a atriz em entrevista ao site IndieWire.
Livro que inspirou ‘O Diabo Veste Prada’ também expôs bastidores da moda
Antes de conquistar o cinema, a história chegou às livrarias em 2003. O livro homônimo foi escrito por Lauren Weisberger, ex-assistente de Anna Wintour, e logo virou best-seller. Com uma linguagem leve e cativante, a obra chamou atenção por revelar os desafios enfrentados por mulheres jovens no início da carreira – algo que se refletiu na trajetória de Andy, vivida por Anne Hathaway nas telonas.
Ainda que carregue traços autobiográficos, o livro é uma ficção. Em entrevista, Meryl explicou que a obra “é uma versão de Anna, não necessariamente precisa. Inseridos nela estão os déficits percebidos das mulheres em posições de liderança”. Segundo a atriz, muitas pessoas exigem que líderes mulheres sejam mais empáticas do que homens no mesmo cargo — o que ajuda a explicar o incômodo causado por Miranda Priestly, que não se desculpa por ser exigente.
Sequência de ‘O Diabo Veste Prada’ já tem estreia marcada
Boa notícia para as fãs da história! A Disney confirmou a produção de ‘O Diabo Veste Prada 2’, com estreia prevista para 1º de maio de 2026. A atriz Emily Blunt, que interpretou a divertida e competitiva Emily, também voltará à sequência.
Em entrevista ao Entertainment Tonight, Emily contou que as filmagens começam em julho. Mesmo sem ter lido o roteiro, ela se mostrou empolgada com o projeto. “Estou ansiosa! Ainda não sei o que eu posso falar sobre o filme, até porque ainda não li o roteiro”, afirmou.
Anna Wintour: a verdadeira Miranda Priestly
Mesmo após anunciar sua saída da Vogue, Anna Wintour continuará influente. Ela permanecerá como diretora global de conteúdo da Condé Nast, além de seguir como diretora editorial global da Vogue. Durante quase quatro décadas à frente da revista, reformulou conceitos, quebrou padrões e abriu espaço para uma moda mais diversa e criativa.
Um dos momentos mais emblemáticos de sua gestão foi a capa de novembro de 1988, a primeira sob seu comando. A edição estampava a modelo Michaela Bercu usando um jeans de 50 dólares combinado com um suéter de luxo, num clique descontraído feito por Peter Lindbergh. A ousadia deu o tom do que viria nos anos seguintes.
Em 2022, a jornalista Amy Odell lançou a biografia Anna, que se propôs a desvendar os bastidores da vida da editora. A obra não foi oficialmente autorizada, mas contou com o apoio indireto de Wintour, que indicou diversas fontes para entrevista. Ao todo, Odell conversou com mais de 250 pessoas para compor o retrato dessa mulher poderosa – e por vezes incompreendida.
Resumo: A personagem Miranda Priestly, de ‘O Diabo Veste Prada’, pode ter sido criada para a ficção, mas sua inspiração é bem real. Anna Wintour moldou o universo da moda por quase quatro décadas e, agora, mesmo com sua saída da Vogue, segue influente. Com a sequência do filme já confirmada, o legado da personagem – e da mulher que a inspirou – continua vivo e instigante.
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