A famosa fitinha do Bonfim, o popular amuleto baiano, carrega símbolos de fé e esperança para muitos. Ela está presente nas tradições religiosas de Salvador há mais de dois séculos, sendo utilizada tanto por fiéis católicos quanto por adeptos do candomblé. Esse item ícone surgiu como “medida do Bonfim”, correspondendo ao comprimento do braço da imagem do Senhor do Bonfim.
Com o passar dos anos, as fitinhas se tornaram populares. Hoje, elas são amarradas com três nós, cada um representando um pedido. A tradição ensina que esses desejos serão realizados apenas quando a fita se romper naturalmente. Essa esperança une história, fé e devoção em um só gesto.
A ciência por trás do rompimento da fitinha do Bonfim
Curioso para saber quanto tempo a fitinha do Bonfim leva para se romper? Essa questão intrigou o professor Márcio Luiz Ferreira Nascimento, da Escola Politécnica da UFBA. Utilizando a análise Weibull, uma ferramenta estatística, ele estudou a “vida útil” das fitinhas e concluiu que o tempo médio para o rompimento varia entre três e cinco meses.
O estudo envolveu testes práticos: Nascimento analisou sete fitinhas simples, observando os dias até que cada uma delas se rompesse. Os resultados mostraram que, em média, o rompimento ocorre após cerca de 105 dias. Contudo, fatores como o material utilizado e o uso diário podem influenciar esse prazo. Assim como um clipe de papel submetido à torção repetida, a fitinha do Bonfim pode romper mais cedo ou mais tarde, dependendo das circunstâncias.
A origem do amuleto baiano e seu impacto cultural
Embora hoje as fitinhas sejam populares entre turistas e moradores de Salvador, sua origem remonta ao século XVIII. Na época, as pessoas faziam as fitas de seda e as decoravam com imagens do Senhor do Bonfim, vendendo-as para arrecadar fundos para a igreja. O formato atual, mais simples, democratizou o acesso ao amuleto baiano, tornando-o um símbolo universal da cidade.
Essa tradição também está profundamente ligada ao sincretismo religioso. Durante o cortejo entre a Basílica da Conceição da Praia e o Santuário do Senhor do Bonfim, fiéis católicos e adeptos do candomblé celebram juntos, simbolizando a união entre o culto a Oxalá e o Senhor do Bonfim.
A fitinha do Bonfim: fé e estatística se encontram
Ao longo dos anos, a fitinha do Bonfim deixou de ser apenas um símbolo de fé e tornou-se também um objeto de estudo. Ela conecta a história, a religiosidade e até mesmo a ciência, mostrando como um simples pedaço de tecido pode carregar tantas camadas de significado. Quer ela se rompa em poucos dias ou leve meses, o que importa é a esperança e a energia que cada pessoa deposita nesse pequeno amuleto baiano.
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