Recentemente, uma discussão inusitada tomou conta do Bluesky, uma rede social que vem ganhando popularidade no Brasil. O tema da vez é o uso de cadáveres no método fresh frozen (ou “fresco congelado”, em tradução livre) para cursos de estética, mais especificamente de harmonização facial.
A história começou quando uma usuária da plataforma compartilhou o relato de uma parente, explicando como as partes do corpo são importadas para essas aulas práticas, causando espanto e curiosidade entre os internautas. “Trazem geladas pra cá porque estão frescas e já se sabe a causa da morte (o estado). Tem etiqueta com o nome da pessoa”, conta Malfeitona em seu perfil da rede Bluesky.
cursos de harmonização facial no Brasil compram cabeças de pessoas executadas nos Estados Unidos e trazem geladas pra cá pq estão frescas e já se sabe a causa da morte (o estado). Tem etiqueta com nome da pessoa. Uma parente dentista fez e se hospedou em minha casa e me narrou detalhes
— Malfeitona (@malfeitona.com) September 24, 2024 at 10:45 PM
Mas, afinal, o que é fresh frozen?
O termo fresh frozen se refere a cadáveres que foram congelados logo após o óbito, preservando assim suas condições biológicas quase intactas para que possam ser usados em pesquisas científicas e treinamentos médicos. Essa técnica, bastante utilizada em universidades de medicina, como a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), é considerada uma ferramenta avançada para o estudo de anatomia. Contudo, o que surpreendeu muitas pessoas foi o fato de esse método estar sendo usado em cursos de estética, como harmonização facial, algo que ainda é pouco conhecido do grande público.
Cursos de estética com fresh frozen se popularizam
A prática de usar o fresh frozen em cursos de harmonização facial, além de gerar debates, também virou motivo de piada na internet. Diversas instituições que oferecem cursos com essa metodologia. Um exemplo é a Rãmaga Pró Estética, que cobra cerca de R$ 7 mil por um curso de três dias. Já a Nepuga oferece essa experiência para alunos de pós-graduação que desejam aprender em um ambiente mais realista, lidando diretamente com estruturas anatômicas em cadáveres frescos congelados.
Os cursos que utilizam o fresh frozen não são exclusivos de harmonização facial; também abrangem áreas como cirurgia bucomaxilofacial, implantes dentários e procedimentos que envolvem a aplicação de toxina botulínica. Isso tem despertado a atenção não só dos profissionais da área, mas também do público leigo, que vê esse tipo de treinamento com uma mistura de fascínio e desconforto.
Embora o uso do fresh frozen em procedimentos estéticos possa parecer estranho para muitos, essa técnica tem mostrado eficiência em preparar os profissionais para lidar com situações reais, oferecendo uma experiência prática que simula com precisão o que eles encontrarão em sua rotina.
Leia também:
Procedimentos estéticos: o que é verdadeiro ou falso sobre a febre entre os famosos
Conheça a harmonização corporal – a nova técnica favorita das famosas
Harmonização facial: o que você precisa saber antes do procedimento