O imbróglio do judiciário brasileiro, liderado pelo ministro Alexandre de Moraes, contra Elon Musk ganhou um novo capítulo: o possível fim do Twitter (ou X), que voltou à tona. Por isso, algumas dúvidas sobre o acesso à rede social ressurgiram. Afinal, baixar VPN é seguro?
Muitos usuários, temendo perder o acesso à plataforma, começaram a buscar alternativas para contornar uma possível restrição. A VPN (Virtual Private Network) é uma ferramenta que permite mascarar a localização real do usuário, e tem sido a solução mais procurada.
O que é VPN e como ela funciona?
VPN, ou Rede Privada Virtual, é uma ferramenta que cria uma conexão segura e criptografada entre o dispositivo do usuário e a internet. Isso permite que o usuário navegue na web de forma mais segura, ocultando seu endereço IP real e substituindo-o por um IP de outro país.
Com isso, é possível acessar sites e serviços que estão bloqueados ou restritos em sua localização atual. No caso do Twitter, VPN pode permitir que o usuário contornande a restrição geográfica e siga conectado, usando um servidor em outro país onde a plataforma ainda esteja disponível.
Em abril, o próprio Elon Musk incentivou o uso da ferramenta para os brasileiros. Um perfil recomendou: “Amigos no Brasil, obtenham VPN”. E o bilionário respondeu: “Para garantir que você ainda possa acessar a plataforma X , baixe um aplicativo de rede privada virtual (VPN)”.
To ensure that you can still access the 𝕏 platform, download a virtual private network (VPN) app https://t.co/ui55eq2KKp
— Elon Musk (@elonmusk) April 7, 2024
Embora possa parecer uma solução simples e eficaz, o uso do método levanta questões importantes, principalmente sobre segurança e privacidade. Milhares de internautas ainda questionam se VPN é seguro, confiável ou até ilegal e crime.
Baixar e usar VPN é seguro?
A resposta para essa pergunta depende de vários fatores. Em primeiro lugar, é importante destacar que existem diferentes tipos de VPNs disponíveis no mercado: algumas são pagas, enquanto outras são gratuitas.
De maneira geral, VPNs pagas oferecem mais recursos de segurança e privacidade, como criptografia avançada, proteção contra vazamentos de dados e políticas rigorosas de não registro (no-logs). Por outro lado, muitas VPNs gratuitas podem apresentar riscos significativos.
Estas costumam ter limitações em termos de velocidade, largura de banda e número de servidores disponíveis. Além disso, algumas delas podem registrar e vender os dados de navegação dos usuários a terceiros, comprometendo a privacidade que deveriam proteger. Em alguns casos, VPNs gratuitas podem conter malware (vírus) ou adware (anúncios) colocando a segurança dos dispositivos em risco.
Para garantir um VPN seguro, é fundamental escolher uma opção de confiança, com reputação sóolida e rigorosa em padrões de segurança. Para isso, faça uma pesquisa detalhada sobre a plataforma antes de baixar e usar, a fim de proteger dados e atividades online.
Considerações legais e éticas
Além das questões de segurança, é importante considerar as implicações legais e éticas do uso de VPNs para contornar bloqueios de plataformas como o Twitter. Embora o uso de VPNs seja legal na maioria dos países, o uso dessa ferramenta para acessar conteúdo que foi bloqueado por ordem judicial pode ser interpretado como uma violação das leis locais.
No Brasil, o uso de VPNs para burlar um bloqueio imposto pelo governo pode resultar em consequências legais para o usuário, dependendo do contexto e da severidade da medida judicial. Por isso, é crucial estar ciente das leis vigentes e considerar as possíveis implicações antes de tomar uma decisão.
No caso do Telegram, em 2023, Alexandre de Moraes determinou que: “As pessoas naturais e jurídica que incorrerem em condutas no sentido de utilização de subterfúgios tecnológicos para continuidade das comunicações ocorridas pelo TELEGRAM, na hipótese de ocorrer a suspensão, estarão sujeitas às sanções civis e criminais, na forma da lei, além de multa horária de R$ 100.000, 00”.
No entanto, o aplicativo não chegou a ser derrubado. Por isso, não há exemplo de possíveis sanções. No caso do X, Moraes impôs multa de R$ 50 mil diária a qualquer pessoa ou empresa que use qualquer subterfúgio (como VPNs) para acessar a rede social.