Ter um carro atualmente é sinônimo de muitas sensações: liberdade, conforto, comodidade e praticidade são algumas delas. São esses sentimentos que costumam fazer uma pessoa refletir se vale a pena ter um carro ou não, afinal, ainda é um bem de alto investimento e altos gastos.
A decisão de ter um carro costuma gerar muitos questionamentos e divide opiniões. Enquanto algumas pessoas consideram o carro essencial para o dia a dia, outras o veem como um gasto supérfluo, desnecessário. Mas quem está certo nessa história? A verdade é que a resposta depende da realidade de cada um, tornando essencial avaliar o contexto em que esse indivíduo se encontra.
De acordo com João Victorino, professor de MBA do Ibmec e especialista em finanças pessoais, o primeiro passo ao refletir sobre ter um carro é definir o motivo desta aquisição. Ou seja, é uma necessidade para sua rotina?
Para quem usa o automóvel para trabalhar ou para cuidar de familiares no dia a dia, o tempo economizado pode compensar os custos adicionais, o que acaba sendo uma vantagem relevante.
“A necessidade, nesse contexto, pode ser entendida como a incapacidade de manter uma rotina regular e saudável sem o veículo, como no caso de ter filhos pequenos e precisar levá-los a uma escola distante”, explica.
Entretanto, se a compra for motivada por fatores como o desejo de ter um carro ou a crença de que ele agrega status, é importante reavaliar a real necessidade e os benefícios dessa aquisição.
Por exemplo, se você ainda não tem filhos e vive em grandes centros urbanos, onde o trânsito costuma ser caótico, optar por outros meios de transporte pode ser uma escolha menos custosa e menos estressante, como afirma João.
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Como planejar para ter um carro?
Se o seu objetivo é ter um carro, é bom atentar-se ao planejamento financeira que essa aquisição vai exigir, tanto na hora da compra quanto durante o uso. “Considere não apenas o valor do carro, mas também os custos adicionais como seguro, manutenção, combustível e impostos. Priorize a compra de modelos conhecidos pela confiabilidade e segurança, tanto para você quanto para os passageiros”, lembra o especialista.
Além disso, vale analisar qual o tipo de carro que vai atender suas necessidades. Um veículo pequeno, médio, grande? João recomenda que a escolha seja feita sob aspectos práticos, como espaço, conforto, custos de manutenção e uso pretendido.
“A forma de pagamento do veículo também deve ser analisada com cautela. A decisão de financiar ou pagar à vista deve ser baseada em uma análise cuidadosa do seu orçamento e das finanças pessoais. Se você tem o montante necessário disponível sem comprometer suas reservas de emergência ou outros investimentos importantes para objetivos de médio e longo prazo, pagar pelo veículo à vista será a melhor opção. Evite dívidas, sempre”, orienta o professor.
Se decidir pelo financiamento, atente-se ao impacto das parcelas no orçamento mensal, faça simulações, compare ofertas das instituições financeiras e avalie se vai comprometer a renda.
“Verifique o valor total a ser pago ao final do contrato, incluindo juros, e compare com o valor do carro. Em muitos casos, os juros podem aumentar o custo final do veículo, o que pode não ser vantajoso. Neste sentido, considere o prazo do financiamento: quanto mais longo, menores as parcelas, mas o custo total fica maior, devido aos juros acumulados”, diz João.
Desconfie de preços
Na hora de ter um carro, desconfie dos preços ‘imperdíveis’. Ou seja, busque informações sobre histórico, documentação e histórico de reclamações da loja revendedora. “Esses cuidados podem ser muito úteis para evitar surpresas desagradáveis, garantindo que a sua compra seja mais segura e satisfatória”, afirma o especialista.
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Segundo João, do ponto de vista financeiro, um carro não é um investimento porque desvaloriza e deprecia com o passar dos anos. “Mas a economia de tempo e o ganho de praticidade podem ser fatores determinantes na qualidade de vida. Analise todas essas questões com cuidado, evite decisões precipitadas e, caso opte pela compra de um carro, que seja de forma sustentável, sem comprometer sua saúde financeira no futuro”, destaca.
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