Lançado em novembro de 2020, o Pix rapidamente se consolidou como uma das maiores inovações financeiras do Brasil. Para se ter uma ideia, de acordo com dados do Banco Central, 76,4% da população adotaram o Pix como principal meio de pagamento, superando o cartão de débito (69,1%) e deixando o dinheiro físico em terceiro lugar (68,9%). O método de pagamento processou cerca de 42 bilhões de transações no ano, movimentando mais de R$ 17,2 trilhões.
Apesar do sucesso, o crescimento do Pix também trouxe consigo um aumento nos golpes do Pix. Com a popularidade do sistema de pagamentos, os criminosos se tornaram mais criativos e encontraram novas formas de enganar os usuários. Uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgada em novembro de 2024, apontou que os brasileiros perderam R$ 25,5 bilhões em golpes do Pix e boletos falsos nos últimos 12 meses.
Especialistas alertam que a segurança digital nunca foi tão importante, e saber identificar os golpes mais comuns é essencial para proteger seu dinheiro.
Segundo Fábio Mostafe, especialista em segurança da informação da Tecnobank, o crescimento vertiginoso do Pix reflete não apenas sua popularidade e eficiência, mas também eleva a preocupação com a segurança digital. “Enquanto o Pix cresce, os golpistas também evoluem, tornando-se mais criativos. Por isso, é essencial conhecer as fraudes mais comuns e saber como se proteger’, explica.
Para Marcia Netto, fundadora da Silverguard, o desafio dos golpes do Pix é de toda a sociedade, ou seja, embora muitos coloquem apenas no cidadão a responsabilidade de prevenção, as empresas – não só bancos, como redes sociais e telefonia, por exemplo – precisam aceitar sua responsabilidade pelo que está acontecendo no país.
“Para aplicar golpes, criminosos dependem de uma rede de serviços: registram URLs, contratam hospedagem de sites, anunciam nas redes sociais, utilizam operadoras de telefonia, compram links patrocinados e, também, abrem contas falsas ou laranjas em Instituições Financeiras. Prevenção de golpe não é só validar uma conta na sua abertura; uma maneira muito relevante de prevenir um golpe é bloquear uma conta usada por um golpista na primeira denúncia recebida, porém, como os times de fraude das instituições – sejam financeiras ou de tecnologia – têm receio de falsos positivos, acabam esperando atingir uma volumetria de golpes para analisar o caso e fazer o offboarding dessas contas, expondo milhares de vítimas a golpes que poderiam ter sido prevenidos”, diz.
Para entender melhor esse cenário e ajudar os usuários a se defenderem, Fábio Mostafe lista os sete golpes mais frequentes atualmente. Confira!
Phishing (Links falsos e mensagens fraudulentas)
Os golpistas enviam mensagens de texto, e-mails ou até WhatsApp, tentando enganar os usuários a clicarem em links falsos. Essas mensagens muitas vezes criam um falso senso de urgência, como: “Atualize seu Pix para não perder o acesso”. A recomendação é nunca clicar diretamente em links de fontes desconhecidas e sempre acessar o site oficial do banco diretamente, digitando o endereço na barra de navegação.
Golpe do WhatsApp (falso pedido de dinheiro)
Os criminosos se passam por amigos ou familiares e solicitam transferências de dinheiro com urgência, alegando situações como “meu cartão foi bloqueado, por favor, me envie um Pix”. Sempre confirme a identidade da pessoa através de uma ligação telefônica antes de realizar qualquer pagamento.
QR Code falsificado
Golpistas podem adulterar QR Codes para desviar o pagamento para suas próprias contas. Para evitar esse golpe, é fundamental verificar os dados do destinatário antes de concluir qualquer transação. Sempre que possível, prefira digitar manualmente a chave Pix ao invés de escanear um QR Code.
Compra online falsa
Fraudadores criam anúncios de produtos inexistentes com ofertas tentadoras em redes sociais ou marketplaces. Para evitar ser enganado, pesquise sobre o vendedor e procure por avaliações de outros compradores. Transações feitas fora de plataformas oficiais aumentam o risco de fraudes.
WhatsApp clonado
Os criminosos podem clonar sua conta de WhatsApp e pedir dinheiro aos seus contatos, se passando por você. Ativar a verificação em duas etapas e nunca compartilhar seu código de verificação são medidas de segurança importantes.
Falso suporte bancário
Os fraudadores ligam se passando por representantes do seu banco e pedem informações sensíveis, como senhas ou códigos de acesso. Bancos legítimos nunca solicitam essas informações por telefone. Se receber uma ligação suspeita, desligue imediatamente e entre em contato com seu banco através dos canais oficiais.
Sorteios e promoções falsas
Os criminosos podem enviar mensagens dizendo que você ganhou um prêmio, mas para recebê-lo é necessário realizar um pagamento via Pix. Lembre-se: empresas sérias nunca pedem pagamentos antecipados para liberar prêmios. Sempre verifique a autenticidade da promoção no site oficial da empresa.
Proteja-se contra os golpes do Pix
Com o aumento das transações por meio do Pix, os golpes associados também se multiplicaram. Por isso, é fundamental estar atento a essas fraudes e tomar medidas preventivas para manter seu dinheiro seguro.
Desconfie sempre de mensagens suspeitas, verifique a identidade de quem solicita transferências e, em caso de dúvida, consulte diretamente seu banco. Conhecer os golpes do Pix mais comuns e se proteger é a melhor forma de garantir a segurança financeira no ambiente digital.
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