Não restam dúvidas de que comprar um carro é uma decisão importante, que precisa ser avaliada com cuidado. Isso porque envolve um alto custo na aquisição, na manutenção, nos impostos e no combustível. Logo, muitas dúvidas surgem a respeito do assunto para evitar problemas no futuro. Afinal, será que é melhor um carro novo ou usado?
Carro por assinatura: vale mais a pena do que comprar um veículo?
De acordo com Gean Duarte, especialista em renda fixa da Me Poupe!, analisar o orçamento e considerar todos os custos é fundamental antes de fazer essa escolha.
“Existem muitas pessoas que gastam mais da metade da renda para manter um carro, quando não deveriam ultrapassar 20% da renda com essa categoria de despesa”, diz à AnaMaria.
Aprenda dicas de organização financeira para colocar em prática no meio do ano
Carro novo ou usado: qual o melhor?
Gean afirma que a escolha entre um carro novo ou usado vai depender do planejamento financeiro e das prioridades. “Carros novos oferecem mais segurança e modernidade, mas você vai pagar um preço alto por isso, especialmente com a rápida desvalorização, impostos maiores e seguros mais caros. Já o carro usado pode ser uma opção mais barata, mas exige mais cuidado na hora da compra para evitar problemas futuros, os custos com manutenção de carros usados são os maiores vilões dos imprevistos financeiros, aqueles nos fazem tirar o dinheiro da reserva de emergência”, avisa.
O carro novo
No Brasil, um carro é considerado “novo” até completar um ano ou 10.000 km rodados – o que ocorrer primeiro. Depois disso, ele já entra na categoria de seminovo ou usado, dependendo do tempo e da quilometragem.
Segundo o professor de MBA do Ibmec e especialista em finanças pessoais, João Victorino, quando se trata de um carro novo, é importante pesquisar e comparar diferentes marcas e modelos que atendam suas necessidades, considerando alguns fatores como consumo de combustível, manutenção, segurança e tecnologia embarcada. Vale ainda verificar todas as condições de pagamento para comparar taxas de financiamento e avaliar o custo total, negociando as melhores condições.
Além disso, é importante considerar o custo do seguro para o modelo desejado, escolhendo uma apólice adequada às necessidades e verificando a cobertura oferecida.
“Leia avaliações e testes de especialistas e consumidores sobre o modelo, observando resultados de testes de segurança e desempenho. Procure sempre entender os termos da garantia oferecida pela montadora e informe-se sobre a rede de concessionárias e oficinas autorizadas”, afirma João.
Lembre-se que o carro novo desvaloriza de maneira muito rápida, afinal, o mercado já o considera usado assim que sai da concessionária.
“Essa perda instantânea de valor reflete a percepção de que qualquer uso, por menor que seja, reduz o valor de revenda. Isso sem contar o alto número de modelos novos lançados a cada ano, o que aumenta a oferta e reduz a demanda pelos veículos mais antigos”, afirma Gean.
Leonardo Furtado, superintendente do Autoshopping Internacional de Guarulhos, destaca que os primeiros anos de uso são os que mais impactam na depreciação do carro novo. “O mercado valoriza muito o estado de conservação e a quilometragem. Esse fenômeno é natural e reflete o ciclo de consumo do setor automotivo.”
Prós do carro novo:
- Garantia de fábrica;
- Perfeitas condições;
- Possibilidade de personalização;
- Menor chance de manutenção no curto prazo;
- Tecnologias mais recentes;
- Mais seguros;
- Mais confortáveis.
Contras do carro novo:
- Preço alto;
- Desvalorização rápida (pode perder até 20% do valor ao sair da concessionária);
- Custos com seguro e impostos mais elevados.
O carro usado
Carros usados podem ser uma opção interessante para quem busca economia, pois o custo de aquisição é menor e a desvalorização já foi absorvida pelo primeiro dono, afirma Leonardo.
Quando se trata de um carro usado, João reforça que o ideal é solicitar o histórico do veículo para verificar os registros de acidentes, leilões ou sinistros, confirmando se todas as revisões e manutenções foram realizadas regularmente.
Também é fundamental fazer uma inspeção no carro, verificando a quilometragem, lataria, pintura, pneus e interior, além do funcionamento dos equipamentos eletrônicos e acessórios.
Gean lembra de questionar a quilometragem. “Um número entre 20.000 e 60.000 km geralmente é um bom sinal de que o veículo foi usado moderadamente, mas ainda tem bastante vida útil pela frente”, ressalta.
Os cuidados com o carro usado não param por aí. O ideal é levar o automóvel a um mecânico de confiança para fazer uma avaliação completa, além de verificar toda a documentação, débitos e multas.
“Faça test drive para checar o conforto, desempenho e possíveis ruídos, testando em diferentes vias, tanto urbanas quanto estradas, para sentir a dirigibilidade. Negocie o preço com base nas condições do veículo e no valor de mercado, e verifique se é possível obter garantias adicionais para carros usados”, diz João.
Conheça os golpes na compra e venda de carros usados e veja como evitá-los
Prós do carro usado:
- Menor impacto financeiro na compra;
- Menor desvalorização inicial;
- Impostos e seguro mais baratos.
Contras carro usado:
- Quilometragem;
- Maior chance de gastos com manutenção;
- Menos seguros;
- Menos confortáveis.
Financiar um carro novo, seminovo ou usado?
Além de todos os fatores cidados anteriormente, um outro ponto deve ser levado em conta na hora de comprar um automóvel: a forma de pagamento.
Muitas pessoas aderem o financiamento para conseguir pagar a compra do veículo. Mas, essa prática é diferente entre carro novo, seminovo ou usado. O principal motivo? As taxas de juros.
“Carros novos costumam ter financiamentos mais baratos, pois os bancos veem menor risco de desvalorização imediata. Já no caso de usados ou seminovos, os juros são mais altos justamente pelo risco maior de o veículo perder valor e gerar inadimplência. Para o comprador, ter um carro seminovo de procedência pode ser uma grande vantagem financeira, pois o valor da parcela será menor e o custo fixo com transporte diminui significativamente, além do desembolso inicial ser bem menor e, consequentemente, pagam menos juros também.”
Leia mais:
Vale a pena ter um carro? Saiba como avaliar a decisão
O que é o licenciamento de um carro? Veja guia completo antes de pagar