Lidar com dinheiro não é uma tarefa fácil, mas tem se mostrado um grande desafio para a geração Z – nascidos entre 1995 e 2010 – e para os millennials – nascidos entre 1980 e 1995. Será que falta educação financeira para jovens? Entenda a seguir o porquê eles representam as gerações mais endividadas da atualidade.
De acordo com um estudo da fintech Will Bank, sete em cada dez brasileiros não têm uma visão positiva sobre sua relação com o dinheiro. Além disso, 43% da geração Z e 41% dos millennials admitem ter uma percepção equivocada das próprias finanças, como indica uma pesquisa da Credit Karma.
Para o especialista em administração e mentor da FIESP (Federação das Indústrias de São Paulo), André Minucci, o motivo é praticamente um só: a falta de educação financeira para jovens. “São gerações mais endividadas pela falta de conhecimento. Os jovens muitas vezes não são ensinados sobre como gerenciar suas finanças desde cedo, o que pode levar a uma série de decisões ruins ou mal informadas ao longo da vida. Vejo uma geração muito perdida com relação a dinheiro”, diz à AnaMaria.
Para Minucci, há ainda um outro fator que agrava a falta de educação financeira da geração Z e dos millennials: a internet. “Muitos deles seguem a visão dos influenciadores, pessoas que estão mostrando um mundo de riqueza, mas não vivem aquilo de fato. Esses jovens acabam se iludindo com esse mundo. Existe um caminho para alcançá-lo, mas eles querem tudo do dia pra noite. Só que precisa de planejamento“, afirma.
Além disso, ele avalia que a má gestão de dinheiro pode ser um reflexo dos pais. “Proporcionam tudo para os filhos, mas deixam de dar o principal, que é educação, ou seja, mostrar realmente como deve ser uma vida financeira que funcione.”
A EDUCAÇÃO FINANCEIRA PARA JOVENS VEM DE ONDE?
À AnaMaria, André Minucci deu algumas dicas sobre como abordar educação financeira para jovens. “Eles precisam entender conceitos básicos de orçamento, poupança, investimento, gestão de dívidas”, frisa. Torna-se ainda crucial promover uma cultura de transparência e diálogo aberto sobre questões financeiras, para que se sintam à vontade para buscar orientação quando necessário.
ATENÇÃO NAS REDES SOCIAIS
Para ele, tudo começa nas redes sociais. Isso é, desconfiando sobre o estilo de vida das pessoas que estão seguindo, justamente para não serem influenciadas.
CURSOS NUNCA SÃO DEMAIS
A educação financeira para jovens pode começar em cursos e treinamentos que falem sobre dinheiro. Programas de mentoria podem ser benéficos, sobretudo se tiverem um treinamento de inteligência emocional, que pode ajudar a ganhar confiança em suas habilidades financeiras e a tomar decisões mais informadas.
CONHECIMENTO DOS LIVROS
Outra dica de André é procurar por livros que abordam educação financeira. Ele indica ‘Segredos da Mente Milionária’, ‘Pai Rico, Pai Pobre’ e ‘Eu Vou Te Enriquecer’.
PLANEJAMENTO A LONGO PRAZO
Outro aspecto importante é incentivar o planejamento de longo prazo. Os jovens muitas vezes estão focados no curto prazo, o que pode levá-los a negligenciar a importância de estabelecer metas financeiras de longo prazo e desenvolver hábitos financeiros saudáveis para toda vida.
“Ao trabalharmos juntos para fornecer o suporte e a orientação necessários, podemos ajudar os jovens a transformar suas preocupações com o dinheiro em confiança e segurança financeira, capacitando-os a alcançar seus sonhos e objetivos de vida”, conclui André.
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