Em poucos segundos rolando o feed, lá está ele: um produto irresistível que você nem sabia que precisava. Seja em um anúncio chamativo ou na recomendação de um influenciador, as redes sociais têm um poder enorme sobre nossos hábitos de consumo. O problema é que essa facilidade pode levar muitas pessoas a comprar por impulso, comprometendo o orçamento sem nem perceber. “A influência digital faz parecer que todo mundo tem uma vida perfeita e isso pode gerar frustração e descontrole financeiro”, alerta Mila Gaudencio, consultora financeira do will bank, especialista em educação financeira.
Essa pressão aumenta ainda mais em datas comerciais, como o Dia do Consumidor, celebrado em 15 de março. Com ofertas tentadoras e promoções relâmpago, o medo de perder uma boa oportunidade faz com que muita gente gaste mais do que deveria. Mas será que esses descontos realmente valem a pena?
O impacto das redes sociais no consumo
Não é impressão sua: a influência das redes sociais no consumo é real. Segundo o estudo Dismorfia Financeira, do will bank, 69% dos brasileiros sentem que a realidade mostrada online está muito distante da vida real. Essa distorção é ainda maior entre as classes C e DE, chegando a 74%, o que evidencia como a pressão para acompanhar padrões inalcançáveis é mais forte entre os mais vulneráveis.
Além disso, 67% dos entrevistados acreditam que os outros conquistam bens materiais com muito mais facilidade do que eles. “Essa sensação de escassez e urgência faz com que as pessoas comprem por impulso, sem refletir se realmente precisam daquele produto. O bombardeio de ofertas diminui nosso tempo de decisão e torna as compras mais emocionais do que racionais”, explica a consultora financeira.
Como evitar compras por impulso no Dia do Consumidor
Se você quer aproveitar o Dia do Consumidor sem comprometer seu orçamento, algumas estratégias podem ajudar a driblar essas armadilhas e fazer escolhas mais conscientes:
1. Dê um tempo antes de finalizar a compra
Antes de clicar no “comprar agora”, deixe o item no carrinho por alguns dias. Muitas vezes, a vontade passa e você percebe que aquela compra não era tão essencial assim.
2. Não salve os dados do cartão
Facilidade demais pode ser um problema! Remover as informações de pagamento da sua conta torna o processo menos automático e ajuda a evitar compras por impulso.
3. Estabeleça um orçamento
Definir um limite para compras digitais é essencial. “Criar um teto de gastos para essas compras evita surpresas desagradáveis e ajuda a manter as finanças sob controle”, recomenda a especialista.
4. Filtre os perfis que você segue
Se o seu feed está repleto de influenciadores que incentivam o consumo desenfreado, talvez seja hora de fazer uma limpeza. Prefira seguir perfis que falam sobre educação financeira e consumo consciente.
5. Pergunte-se: “Eu compraria isso se não tivesse visto nas redes sociais?”
Se a resposta for “não”, provavelmente você está sendo influenciado pelo momento e não pela real necessidade do produto.
6. Crie uma lista de desejos antes das promoções
Antes do Dia do Consumidor, faça uma lista do que realmente precisa. Assim, quando uma promoção aparecer, você pode conferir se o item já estava nos seus planos ou se o desejo surgiu apenas pelo desconto.
Comprar pelas redes sociais: quando vale a pena?
Nem sempre comprar pelas redes sociais é um problema. Muitas marcas oferecem descontos exclusivos para seguidores, além de possibilitar o contato direto com pequenos empreendedores. “O segredo é saber diferenciar uma oportunidade vantajosa de uma compra impulsiva”, reforça Mila.
O consumo na era digital vai muito além de simplesmente adquirir produtos. Ele se tornou um reflexo de status, pertencimento e autoestima. “Precisamos lembrar que o que vemos online não é a vida real, mas um recorte dela. Compreender isso é essencial para não cairmos em armadilhas financeiras”, conclui a consultora financeira.
Com pequenas mudanças de hábito e um olhar mais crítico sobre as influências digitais, é possível retomar o controle sobre suas finanças e adotar um consumo mais consciente.
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