Incômodo para muitas mulheres, as manchas na pele são uma realidade que podem se manifestar de diversas formas. Quando amarronzadas e localizadas, principalmente, no rosto elas podem ser o melasma. Carolina Dieckmann, Isis Valverde e Preta Gil são algumas das personalidades que já revelaram ser atingidas pela condição, e AnaMaria te explica o que ela é, entenda!
Segundo pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp), a estimativa é de que o melasma atinge de 15% a 35% das mulheres brasileiras. Esse tipo de mancha está relacionado a produção de melanina, pigmento que dá cor à pele, e a dilatação dos vasos sanguíneos.
Já a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) identifica que a condição, que não possui um formato definido, costuma surgir por volta dos 30 anos de idade e tende a ficar mais controlada após a menopausa.
O QUE CAUSA O MELASMA?
As manchas, que geralmente são marrons, podem surgir nas bochechas, testa, nariz e queixo. De acordo com a dermatologista Ana Carolina Sumam, a principal causa do melasma é a exposição ao sol. “A radiação ultravioleta (UV) pode estimular a produção de melanina, o pigmento que dá cor à pele, levando ao surgimento das manchas escuras”, explica.
Além disso, a condição pode ser impulsionada por fatores genéticos, ou seja, se alguém na família tem, há um maior risco de desenvolvê-la, e por questões hormonais, principalmente quando atinge as mulheres. “O melasma é mais comum durante períodos de alterações hormonais, como gravidez, uso de contraceptivos hormonais ou terapia de reposição hormonal”, afirma a médica.
RELAÇÃO COM A GRAVIDEZ, A IDADE, O ESTRESSE E A MENOPAUSA
É muito comum o melasma aparecer no período da gestação ou pós-gestação justamente por causa do aumento da produção dos hormônios femininos durante a gravidez.
A especialista explica que isso ocorre porque os hormônios produzidos no período estimulam a pigmentação da pele. Tanto que a mulher gestante também desenvolve aquela linha no abdômen escurecida, a axilas, virilha, tendem a ficar mais escurecidas, a auréola do peito, por conta da liberação de hormônios que estimulam a produção de melanina pela pele, exemplifica Sumam.
Mesmo não tendo uma idade exata, o melasma surge na idade adulta, normalmente, na faixa dos 30 anos, sendo muitas vezes desencadeado no período da gestação da mulher, devido justamente aos fatores hormonais, mas ele também tem relação com a exposição ao sol.
Outra questão que pode ocasionar o surgimento do melasma são os aspectos emocionais, mas a especialista destaca que essa relação específica não tem comprovação científica. O que acontece na realidade é que o estresse está relacionado a um aumento do cortisol no corpo e esse hormônio pode estimular também outros hormônios que aumentam a produção de melanina na pele.
Além disso, o melasma pode melhorar espontaneamente após a menopausa. Isso porque ele está muito relacionado com os hormônios femininos, estradiol, por exemplo, que é um tipo de estrogênio ligado a fertilidade. “Com a queda da produção desses hormônios após a menopausa, pode ocorrer sim uma melhora espontânea do melasma”, afirma a dermatologista.
QUIMIOTERAPIA E O MELASMA
A cantora Preta Gil relatou, nas redes sociais em março, que seu melasma piorou devido ao tratamento quimioterápico, algo que não é incomum. A piora da condição durante ou após o tratamento do câncer pode ser devido a diversos fatores.
No Instagram, ao abrir uma caixinha de perguntas, uma pessoa perguntou: “Por que seu rosto está manchado?”. Preta, então, respondeu: “Querida, meu rosto está manchado porque tenho melasma. Já ouvi falar? E o melasma piorou muito depois da quimioterapia e da radioterapia. E eu tomei muito sol esse verão e aí meu melasma cresceu. Mas eu vou tratar agora, vai ficar ‘bafo'”, falou.
A dermatologista Michele Kreuz explica que isso se dá por alterações hormonais, estresse oxidativo e inflamação associados à quimioterapia, além da multiplicação das células, que é impactada pela medicação usada no tratamento. “Embora não haja muitos estudos específicos sobre a ligação direta entre quimioterapia e agravamento do melasma, alguns relatos de caso e evidências sugerem uma possível associação”, afirma.
Em um desses estudos, realizado pelo Centro Universitário Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), identificou que 25,3% dos pacientes que foram tratados com quimioterapia tiveram agravamento do quadro de melasma. No entanto, segundo a médica, mais pesquisas são necessárias para entender completamente essa relação.
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TRATAMENTO E CUIDADOS
O tratamento do melasma varia de pessoa para pessoa e pode incluir o uso de protetor solar diário, dos chamados cremes despigmentantes prescritos pelo dermatologista, peelings químicos e terapia a laser. “Em alguns casos, uma combinação de diferentes tratamentos pode ser mais eficaz”, orienta Sumam.
Para evitar o melasma, alguns cuidados são essenciais e as médicas listam uma série de dicas, veja a seguir!
- Use protetor solar diariamente e evite a exposição solar excessiva. Caso vá ao sol, use roupas e acessórios de proteção;
- Evite hormônios contraceptivos ou terapia hormonal desnecessária;
- Use produtos suaves e não irritantes, mantendo uma rotina de cuidados com a pele a deixando bem hidratada e evitando o uso de produtos abrasivos ou esfoliantes, que podem irritar ainda mais a pele sensível;
- Evite procedimentos estéticos agressivos sem orientação profissional;
- Busque consultar um dermatologista regularmente.
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