Fogachos e flutuações de humor são os sintomas mais conhecidos da menopausa. Mas as alterações hormonais características dessa fase também podem causar um outro impacto importante. A seguir, veja como sofre a pele durante a menopausa.
“Na menopausa, há uma diminuição importante de estrogênio e progesterona. A consequência é o afinamento da espessura do tecido cutâneo e a diminuição das fibras de elastina e colágeno. O resultado é uma pele mais fina, enrugada, ressecada e flácida”, afirma a dermatologista Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), à AnaMaria.
Entretanto, algumas mulheres podem sofrer impactos ainda maiores na pele durante a menopausa. “Em alguns casos, a mulher também pode apresentar manchas, rugas e afinamento na pele, principalmente se há muita exposição ao sol. Outras possíveis alterações incluem o aumento da oleosidade, contribuindo para a acne, e até o aparecimento de pelos grossos sob o queixo e nas laterais da face”, diz Roberta Zaffari, dermatologista e membro da SBD.
Segundo Paola, em geral os sintomas da menopausa se iniciam por volta dos 47 anos de idade, podendo variar de mulher para mulher. “As mulheres podem ter a sensação de pele ‘esturricada’ e ‘craquelada’”, afirma.
Esses impactos não se limitam ao rosto, se extendendo também para o corpo. De acordo com Roberta, rugas e marcas de expressão são os sinais mais comuns. “Mas em outras partes há diminuição da firmeza dos tecidos e elasticidade, por exemplo. Importante lembrar que isso pode variar de pessoa para pessoa, assim como a velocidade desse processo. Poluição, tabagismo, má alimentação, exposição solar inadequada e metabolismo são alguns dos fatores que devem ser considerados”, diz.
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Dá para retardar os impactos da menopausa?
Infelizmente, ainda não existem métodos para prevenir ou retardar a menopausa, que é definida geneticamente. Entretanto, é possível minimizar seus efeitos ao longo do tempo.
Por exemplo, a perda de colágeno começa aos 25 anos. Por isso, é aconselhável iniciar os tratamento de estimulação de colágeno o quanto antes.
“Recomendo às minhas pacientes que adotem uma rotina de cuidados em casa alinhada a tratamentos em clínicas como lasers, radiofrequência e ultrassom para manter este estímulo. Alguns injetáveis como bioestimuladores de colágeno e o biorremodelador tecidual, também são opções a partir dos 30 anos”, diz Roberta.
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Como cuidar da pele durante a menopausa?
Além dos cuidados preventivos, alguns procedimentos dermatológicos podem ajudar a minimizar os impactos da menopausa na pele. Entre eles, estão o preenchimento com ácido hialurônico, os bioestimuladores de colágeno, o laser fotona, a luz pulsada, os peelings, a aplicação de toxina botulínica, a radiofrequência e o ultrassom microfocado.
Roberta ainda destaca que a terapia regenerativa é uma outra grande aposta da dermatologia. “Essa abordagem utiliza novos ativos que promovem a regeneração da pele, transformando células envelhecidas em células mais jovens e produtivas”, diz a médica. Ou seja, o objetivo principal é tratar as células para restaurá-las à sua forma original e funcional.
Segundo a farmacêutica Maria Eugênia Ayres, gestora técnica da Biotec, para combater a desidratação e a perda de elasticidade características dessa fase, é importante optar por produtos tópicos que atuem na revitalização, hidratação e proteção da pele.
“Também é interessante apostar nos procedimentos que estimulam a produção de novas fibras de colágeno, como os bioestimuladores injetáveis e o ultrassom microfocado”, explica Paola.
Suplementação oral funciona?
Não há estudos conclusivos que provem que o colágeno, quando ingerido, aumenta efetivamente a espessura da pele, já que ele é distribuído por várias partes do corpo.
“A suplementação oral sozinha pode não ser tão eficiente quanto aos resultados esperados, mas pode auxiliar na estimulação de colágeno quando alinhada a outros cuidados e tratamentos”, afirma Roberta.
Entratanto, existem outras vitaminas e nutrientes importantes que podem beneficiar a pele. “Um exemplo é a coenzima Q10. Essa é uma opção de suplementação oral que atua na produção de energia nas mitocôndrias das células, o que pode ajudar na regeneração celular e, consequentemente, na saúde da pele”, completa.
Mas vale lembrar que, para realmente solucionar os impactos, é fundamental também atuar sobre sua causa, que é hormonal. A reposição hormonal visa manter os níveis de hormônios femininos em valores próximos aos encontrados durante a vida reprodutiva da mulher. São tratamentos bastante seguros, desde que monitorados por um médico regularmente.
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“A reposição hormonal, por muitos anos, foi considerada maléfica, com riscos. Hoje sabemos que ela é benéfica para mulher e sua qualidade de vida. É um direito da mulher discutir sobre reposição hormonal durante a menopausa e uma obrigação médica avaliar e prescrever a melhor reposição para cada mulher. A reposição hormonal além de melhorar fogachos e insônia, melhora a qualidade da pele”, diz Paola.
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