É comum associarmos as espinhas aos adolescentes em fase de puberdade, afinal, é um período de grandes mudanças hormonais. Mas, você sabia que este problema de pele não se limita aos jovens? A acne em diferentes fases da vida é comum, afetando também bebês e adultos.
Segundo a dermatologista Ana Coutinho, diretora médica dos laboratórios Pierre Fabre no Brasil, a acne é uma doença crônica e inflamatória da pele. “Ela se manifesta através diferentes lesões na dependência da sua gravidade, variando de cravos, espinhas à nódulos inflamatórios profundos”, diz à AnaMaria.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), cerca de 56% dos brasileiros sofrem com acne em diferentes níveis de gravidade. Isto é, a acne pode variar do nível 1, na forma comedoniana (cravos), até uma forma mais grave nodular/conglobata, que exige o uso de medicamento específico.
“Além dos tratamentos medicamentosos, temos hoje a combinação dos tratamentos medicamentosos aos procedimentos médicos cosméticos que aceleram a resposta terapêutica dos diferentes tipos de doença, produzindo respostas melhores e mais rápidas. Mas sempre com a recomendação de um dermatologista qualificado”, destaca a médica
Acne em diferentes fases da vida
As bactérias aproveitam os folículos obstruídos por causa da oleosidade e de células mortas. É desta forma que surgem as espinhas, sem se limitar à uma faixa etária específica. Ou seja, existe acne em diferentes fases da vida.
As espinhas não são um problema apenas de caráter estético. A acne em diferentes fases da vida pode ter um impacto significativo na qualidade de vida das pessoas e afetar a autoestima. “Além das consequências estéticas, pode causar desconforto físico e emocional, especialmente em casos graves, muitas vezes necessitando de uma terapia de apoio na sua condução”, afirma a dermatologista.
Acne em bebês
Embora não seja comum, bebês podem ter espinhas. Entretanto, é uma condição benigna, que desaparece espontaneamente e não necessita de tratamento. “Esse tipo de acne pode desaparecer após 2 a 3 semanas do seu surgimento, sendo importante manter a pele do bebê limpa com produtos adequados”, indica a médica.
Entretanto, se a acne neonatal não sumir depois de algumas semanas, é necessário comunicar o pediatra para que ele faça uma avaliação na pele e verifique se há ou não necessidade de um tratamento.
Vale lembrar que a acne em bebês não está relacionada com a alimentação da mãe, mas sim aos hormônios maternos da gestação e do parto. Além disso, pode ser que a condição seja uma predisposição genética.
Acne em adolescente
É provável que você conheça algum adolescente que tenha acne ou tenha sofrido com o problema durante a própria puberdade. De acordo com Ana, cerca de 85% dos jovens entre 12 e 18 anos terão ao menos uma forma de acne. Isso porque a condição está relacionada com o pico hormonal da faixa etária.
“Ambos os sexos apresentam a desordem nesta faixa da vida, mas os meninos têm as formas mais graves”, dia a dermatologista. As espinhas costumam aparecer em meninos no auge da puberdade, quando acontece um pico de testosterona. Já as meninas sofrem no período pré-menstrual.
Para evitar qua acne se manifeste na adolescência, o ideal é manter uma boa higiene facial com produtos recomendados, ter uma rotina diária de cuidados com a pele, ter uma dieta balanceada, além de evitar o tratamento sem orientação médica adequada, como espremer as espinhas.
“São medidas que podem ajudar a prevenir a acne e melhorar o aspecto da pele já acneica, reduzindo o surgimento de novas inflamações cutâneas”, afirma Ana.
Alguns casos graves de acne em adolescente costumam deixar marcas na pele. Diante desses diagnósticos, médicos podem indicar o uso de Isotretinoína, conhecido como Roacutan. É medicamento de uso oral considerado efetivo nos quadros graves de acne.
Entretanto, é um remédio que necessita de prescrição, exames laboratoriais e acompanhamento médico, uma vez que provoca alterações metabólicas, como anemia, aumento ou diminuição das plaquetas, conjuntivite, irritação e ressecamento ocular, elevações transitórias e reversíveis de transaminases hepáticas, coceira na pele, ressecamento da pele e dos lábios, queda de cabelo, sangramento do nariz e gengivas, dores musculares e nas articulações, alterações de humor e depressão, além de outras.
Acne em adultos
Não é comum, mas também não é raro ver adultos com espinha. No entanto, nesta fase da vida, as mulheres sofrem mais com espinhas do que homens. Um dos principais motivos são as alterações hormonais – sobretudo quando a menopausa está próxima. Ainda que seja desafiador lidar com este problema e os resultados demorem para aparecer, é possível ter uma pele saudável e livre de espinhas.
“Recomenda-se sempre lavar o rosto duas vezes ao dia com um gel de limpeza facial, nunca sabonete que você utiliza na lavagem corporal e neutro, evitar água muito quente e sem esfregar a pele com força. A hidratação é essencial mesmo para peles oleosas, ajudando a manter a saúde da pele e a prevenir a descamação, que pode piorar a acne”, orienta Ana.
O uso de protetor solar diariamente é fundamental, independente de dias nublados ou frios. Vale escolher os produtos que tenham proteção especialmente contra a luz visível (feixe azul), pois já sabemos que esta radiação é a principal fonte solar de manchas pós inflamatórias como na acne.
“Antes de iniciar qualquer ritual de cuidados com a pele, é crucial consultar um dermatologista para orientação mais precisa. Somente ele poderá recomendar os produtos adequados para o seu tipo de pele ou até mesmo medicamentos para auxiliar no tratamento da acne. A alimentação saudável, rica em frutas, vegetais e verduras, e paciência são fatores importantes, pois os resultados significativos no tratamento podem levar algum tempo para aparecer. O processo é um pouco demorado, mas dá certo!”, garante a médica.
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