Quando falamos de pessoas com necessidades especiais, nos referimos a um grupo bem abrangente. A acessibilidade significa facilitar o acesso às pessoas com necessidades especiais a serviços no dia a dia, bens e produtos. Um exemplo prático é aquela rampa disponível na esquina de uma rua, para que um cadeirante possa atravessá-la.
Ou um prédio em que existem diferentes maneiras de acessar os pisos superiores, seja através de escadas, elevadores ou rampas. O piso tátil em calçadas nas cidades, voltado principalmente para deficientes visuais, também é outro exemplo.
Ao falar de pessoas com necessidades especiais, englobamos um grupo que pode envolver desde deficientes visuais, deficiência motora (física), deficiência auditiva, mental ou intelectual, entre outras.
No contexto da acessibilidade, podemos também falar de inclusão, que pode ser interpretada de maneira diferente. Isso porque a primeira envolve dar o acesso a alguém através de um caminho alternativo, como no caso de um shopping center, em que poderia ser disponibilizado uma porta lateral para que cadeirantes acessassem as dependências do local.
Enquanto a inclusão seria o oferecimento de uma entrada que incluísse e agregasse todo e qualquer tipo de usuário ou cliente, tal como uma porta automática, acionada via sensores.
SOFTWARE E HARDWARE
Já as tecnologias assistivas envolvem o uso de recursos de software e hardware, com o intuito de auxiliar pessoas com necessidades especiais. Neste contexto, podemos destacar os programas leitores de tela, utilizados principalmente por deficientes visuais (DVs).
Eles fazem a leitura dos comandos textuais no programa em questão, transformando a informação em áudio e fazendo com que o usuário DV tenha acesso à funcionalidade ou recurso pressionando, por exemplo, o botão Enter ou a barra de espaço do teclado do computador.
Entre os tipos de leitores de tela, temos o programa DOSVOX, desenvolvido pelo Instituto Tércio Pacitti de Aplicações e Pesquisas Computacionais (NCE), vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Outro software também bastante utilizado e conhecido é o Virtual Vision, desenvolvido pela empresa Micropower, e que vem sendo utilizado pela Fundação Bradesco, Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, ADEVA – Associação de Deficientes Visuais e Amigos, etc. O Banco Bradesco também oferecia o Virtual Vision para todos os seus clientes que tivessem necessidades especiais visuais.
Em termos de hardware, podemos destacar os teclados para deficientes visuais que usam informação em braile. Existem também teclados com botões com maiores dimensões, sendo voltados para pessoas com deficiência motora. Tetraplégicos ainda têm à sua disposição suportes de cabeça, com um apontador, que pode ser utilizado para pressionar botões específicos no computador e no teclado.
Outra opção interessante é a leitura da retina, onde o movimento dos olhos guia o movimento do mouse no computador. Quando o usuário firma sua visão em determinado local da tela, é como pressionar o botão Enter ou OK do teclado, ou um software computacional.
E, é claro, não podemos deixar de falar também da velha e conhecida Lupa dos computadores, recurso que geralmente já vem pré-instalado nos sistemas operacionais (como Windows e Linux), e possibilita que o usuário aplique zoom (aumente a visualização) em determinadas partes da tela onde não esteja conseguindo visualizar.
Esperamos ter passado alguns conceitos e aplicações fundamentais para a comunidade em geral, sobre o que envolve a acessibilidade, a inclusão e as tecnologias assistivas. Até o próximo artigo!
* JULIANO SCHIMIGUEL é Pesquisador, Orientador de Doutorado e Mestrado, Professor Universitário (Universidade Cruzeiro do Sul, Centro Universitário Anchieta) e escreve sobre tecnologias da informação e comunicação (TICs), além de seu impacto na sociedade e no ensino e aprendizagem. Para encontrá-lo, basta acessar seu LinkedIn ou mandar um e-mail: sc********@gm***.com