Em situações de periogo as vítimas muitas vezes não sabe como pedir socorro, principalmente quando o agressor está próximo. Por isso, existem ferramentas discretas para manifestar o que está acontecendo e assim o resgate ocorrer. Saiba como reconhecer os sinais de violência e como previnir situções de perigo.
Saber como agir e reconhecer essas ações pode ajudar a salvar muitas vidas. De acordo com um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), 24% das jovens e adolescentes de até 20 anos sofrerão algum tipo de violência em relacionamentos amorosos.
Em casos de privação de liberdade e violência, sinais físicos, gestos, códigos manuais, símbolos e mensagens são instrumentos essenciais para solicitar ajuda de forma discreta e eficaz. Além disso, existem alternativas para prevenir situações perigosas. Conheça cada uma delas a seguir:
Sinais de violência
Mulheres em situação de violência doméstica podem buscar auxílio em farmácias, condomínios, hotéis e supermercados exibindo um sinal vermelho na mão como indicativo de vulnerabilidade.
Este método foi popularizado por uma campanha do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) lançada em 2020, que incentiva o uso do “X” vermelho na palma da mão para sinalizar perigo.
De acordo com o CNJ, cerca de 15 mil farmácias, prefeituras, órgãos judiciais e agências do Banco do Brasil aderiram à campanha. Os atendentes desses locais estão treinados para reconhecer o sinal e acionar imediatamente as autoridades policiais. Veja como funciona:
- Identificação do sinal: o “X” feito com batom vermelho ou outro material na palma da mão ou em um papel;
- Ação dos atendentes: ao ver o sinal, os atendentes registram discretamente o nome, telefone e endereço da vítima e ligam para o 190 para acionar a Polícia Militar;
- Proteção da vítima: se possível, a vítima é conduzida a um local reservado até a chegada da polícia. Caso ela não queira a presença policial no momento, essa decisão deve ser respeitada;
- Sigilo e discrição: essas atitudes devem guiar o atendimento e essenciais para a segurança de todos os envolvidos;
- Procedimentos policiais: em caso de flagrante, a Polícia Militar leva a vítima e o agressor à delegacia; caso contrário, o fato é comunicado à delegacia para as providências necessárias.
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Outras formas de pedir ajuda
O gesto de dobrar os dedos sobre os polegares é outro dos sinais de violência considerado discreto para pedir socorro. Apresentado pela Fundação Canadense de Mulheres em 2020, ele é amplamente divulgado nas redes sociais e ensinado pela Polícia Militar de São Paulo. Confira na imagem como ele é:
Além disso, enviar mensagens por aplicativos de entrega ou transporte também pode ser uma alternativa eficaz. Pedir socorro aos vizinhos, por meio de recados em papel, é outra medida que já se mostrou eficiente.
Há ainda os serviços de disque-denúncia. O número 180 da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM) permite a denúncia anônima e gratuita. Ele é disponível 24 horas, em todo o país.
Outra opção é o disque 100, que atende diversas ações de violação dos direitos humanos que acabaram de ocorrer ou que ainda estão em curso. Também funciona diariamente, 24 horas por dia e por meio de discagem gratuita.
A vítima ou a testemunha ainda pode procurar uma delegacia comum, onde deve ter prioridade no atendimento por se tratar de um caso de ameaça à vida e à integridade física de alguém, ou mesmo pedir ajuda por meio do telefone 190.
Prevenção e reação em situações de perigo
Saber como agir em situações de periogo pode ser fundamental para evitar tragédias. Compartilhar localização em tempo real com pessoas confiáveis pode ser vital ao realizar trajetos arriscados.
Durante situações críticas já em andamento, manter a calma, avaliar o entorno e identificar pontos de fuga são outras recomendações importantes.
Cuidados após situações de violência são essenciais. Buscar apoio psicológico é crucial para lidar com traumas. Além disso, o suporte jurídico especializado fornece a orientação legal necessária às vítimas.
Para que essas medidas sejam efetivas, é fundamental aumentar a conscientização pública. Campanhas informativas promovidas por órgãos públicos e disseminadas nas redes sociais podem alcançar um público mais amplo e garantir que as informações cheguem às pessoas necessitadas.
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