Na novela Três Graças, Gerluce (Sophie Charlotte) representa o coração de uma família composta por mães solo que se apoiam mutuamente. Filha de Lígia Maria das Graças (Dira Paes) e mãe de Joélly Maria das Graças (Alana Cabral), Gerluce simboliza a mulher batalhadora que enfrenta obstáculos para proteger e cuidar de quem ama.
Assim como Gerluce, muitas mulheres vivem a maternidade solo diariamente. A psicoterapeuta Daniele Caetano, mãe solo de duas meninas, conta que sentimentos como cansaço, sobrecarga, culpa e solidão aparecem com frequência, mas também ensinam resiliência e força. Para ela, ao enfrentar a rotina sozinha, desenvolvemos habilidades únicas de organização, empatia e adaptação.
O poder transforma dor da rede de apoio
Ter uma rede de apoio é fundamental para reduzir estresse e sensação de isolamento. Amigos, familiares e grupos de mães solo — incluindo comunidades online — oferecem suporte sem julgamentos.
Daniele reforça que o autocuidado não constitui egoísmo, mas sim uma ferramenta essencial para manter a saúde mental. Reservar momentos para si, caminhar ou meditar previne sobrecarga, ansiedade e depressão pós-parto. Práticas simples fortalecem tanto a mãe quanto a relação com os filhos, mostrando que cuidar de si também fortalece quem amamos.
Falando em vínculo…
O vínculo entre mãe solo e filho pode ser profundo e saudável. Daniele explica que a presença de outro adulto não determina a qualidade do relacionamento. Ao investir em si mesma, a mãe transmite segurança, confiança e autoestima à criança. Esse vínculo fortalece o desenvolvimento social e emocional, estimula autonomia, empatia e adaptabilidade.
Preconceito e empoderamento
Além dos desafios emocionais e práticos, mães solo enfrentam estigmas sociais. Daniele reforça que é necessário desconstruir preconceitos e reconhecer a maternidade solo como escolha legítima ou circunstância digna de respeito. Valorizar essas mulheres significa enxergar dedicação, coragem e capacidade de transformar desafios em aprendizado e amor.
A trajetória de Daniele também reflete superação pessoal. Em 2023, ela recebeu um diagnóstico raro de doença autoimune que comprometeu temporariamente a visão. Entre internações e consultas, precisou fechar os consultórios físicos e reinventar sua carreira. Para ela, a experiência comprovou que mesmo diante da dor, é possível encontrar força e propósito, transformando desafios em inspiração diária.
Resumo: A maternidade solo apresenta desafios, mas também ensina resiliência e fortalece vínculos afetivos. Com rede de apoio e autocuidado, mães equilibram responsabilidades, desconstroem preconceitos e transformam obstáculos em aprendizado e amor.
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