As emissoras de TV estão disputando à tapa cada furo envolvendo o caso da jovem Vitória, que desapareceu após sair do trabalho e foi encontrada morta, em Cajamar, no último dia 5/3. A guerra pela audiência, neste tipo de caso, não é uma novidade, já que sempre que temos casos de crimes reais com grande repercussão midiática, o jornalismo policial e investigativo costuma entrar em ação, devido ao grande interesse da massa.
O problema é que a equipe de investigação deixou, em mais de um momento, vazar informações sobre o caso que deveriam ser sigilosas, sem respeito aos principais interessados na história: os familiares da garota, que tinha apenas 17 anos.
Após Vitória ser encontrada morta com requintes de crueldade, tivemos Patrícia Poeta revelando ao vivo, para o pai da garota, que o crime teve motivações passionais, por parte de um amante do ex-namorado de Vitória. Depois isso, informações de bastidores afirmam que Poeta ensaia um “pedido de desculpas”. Nesse caso, o furo jornalístico deixou o “Encontro”, criado com tanto carinho por Fátima Bernardes, mórbido e esquisito. Nota zero pela insensibilidade.
Já Roberto Cabrini, referência neste tipo de cobertura, saiu na frente e já entrou com sua equipe na mata onde a menina foi deixada, e mostrou vestígios e cenas do crime. Enquanto isso, no SBT, Datena, que também costuma se beneficiar deste tipo de história, esbraveja dizendo que a polícia tem beneficiado a Record com informações privilegiadas.
Outro erro grotesco da polícia foi deixar escapar que o pai de Vitória está na lista de “suspeitos”, antes mesmo de realizar a oitiva, ou seja, de ouvi-lo para saber se realmente faz sentido uma possível participação no crime.
A pergunta que fica é: para quem a investigação está trabalhando? Porque a imprensa e a TV nós sabemos que é para a audiência.