Se você está considerando um trabalho temporário, é fundamental conhecer os direitos dessa categoria. Saber sobre as questões que tratam do vínculo empregatício, direitos e desafios que afetam os trabalhadores temporários é essencial antes e após conseguir uma vaga. Saiba mais!
O trabalho temporário tem se tornado uma alternativa cada vez mais comum no mercado, oferecendo flexibilidade tanto para empregadores quanto para trabalhadores. Com a chegada das festas de final de ano, isto é, com as datas sazonais como o Natal se aproximando, esse formato de trabalho fica em alta.
Dados divulgados pelo Banco Nacional de Empregos (BNE) revelam que o número de pessoas procurando por uma vaga de trabalho temporário aumentou em 2024, na comparação com o ano de 2023. De janeiro a junho deste ano, a plataforma registrou um aumento de 51,76% nas buscas por essa modalidade de trabalho.
Do outro lado, esse crescimento também é presente com o número de vagas temporárias disponíveis na plataforma com um crescimento de 75,35% de um ano para o outro, segundo o BNE.
Direitos essenciais no trabalho temporário
O trabalho temporário permite que empresas atendam a demandas sazonais ou substituam funcionários que estão de licença, enquanto proporciona a profissionais a chance de adquirir experiência em diferentes setores e, quem sabe, até conquistar uma vaga permanente.
O período de trabalho temporário é de até 180 dias, podendo ser prorrogado por mais 90 dias. A soma do período inicial e da renovação não pode ultrapassar 270 dias.
Já o vínculo empregatício é estabelecido exclusivamente com a empresa de trabalho temporário, e não com a empresa onde você vai prestar serviços. Isso significa que, independentemente do setor ou das funções que você desempenhar, a relação de emprego é com a empresa contratante.
De acordo com Bianca Caruso, advogada e especialista em Direito Trabalhista do Cascione Advogados, os direitos dos trabalhadores temporários estão garantidos pela Lei nº 6.019/1974 e incluem:
- Registro em carteira de trabalho, mesmo que por um período limitado;
- Salário equivalente ao dos empregados permanentes que realizam a mesma função;
- Jornada de trabalho limitada a 8 horas diárias e 44 horas semanais, com pagamento de horas extras;
- Adicional noturno e descanso semanal remunerado (DSR);
- FGTS, férias proporcionais com acréscimo de um terço e 13º salário proporcional;
- Indenização por dispensa sem justa causa ou término do contrato, correspondente a 1/12 do pagamento recebido;
- Seguro contra acidentes de trabalho.
Esses direitos garantem que você não apenas receba um tratamento justo, mas também uma remuneração adequada ao seu trabalho. “A trabalhadora temporária faz jus ao recebimento do mesmo salário, além de benefícios como vale-transporte, alimentação, e outros concedidos pelo empregador aos empregados contratados sob regime de prazo indeterminado”, explica a especialista.
Desafios e como superá-los
Apesar dos direitos do trabalho temporário, muitas mulheres enfrentam desafios, como a insegurança quanto à continuidade do emprego. É comum ter dúvidas sobre a possibilidade de renovação do contrato ou a rescisão antecipada. Para lidar com isso, é essencial estar bem informada sobre suas condições de trabalho e manter uma comunicação clara com a empresa e, se necessário, com o sindicato.
Outro desafio é a falta de clareza em relação aos direitos trabalhistas, como férias proporcionais e FGTS. Informar-se sobre seus direitos e buscar orientação de profissionais da área são passos importantes para garantir que você esteja amparada legalmente.
Além disso, Caruso destaca que a legislação permite que, após o término do contrato temporário, a empresa tomadora contrate a trabalhadora como empregada fixa. Portanto, ao final do período, você pode ter a chance de se tornar parte da equipe de forma permanente.
Responsabilidade das empresas
As empresas também têm suas obrigações. A empresa contratante é responsável por garantir que seus direitos sejam respeitados. Em caso de inadimplência da responsável pelo trabalho temporário, a empresa tomadora poderá ser responsabilizada por pagamentos devidos, como salários e benefícios. Isso garante que você tenha um respaldo adicional em caso de problemas.
Se perceber que seus direitos estão sendo violados durante o período de trabalho temporário, é importante agir. A advogada indica que você pode solicitar esclarecimentos à empresa, buscar orientação no seu sindicato ou até denunciar irregularidades ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) ou ao Ministério Público do Trabalho (MPT).
Lembre-se: estar informada é a chave para garantir que seus direitos sejam respeitados e que sua experiência de trabalho temporário seja positiva e segura.
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