O desemprego é temido independente da fase profissional, para aquelas acima dos 40 anos essa realidade se mostra ainda mais dura. Segundo uma pesquisa das empresas de recrutamento e inovação, Robert Half e Labora, cerca de 70% das empresas contrataram muito pouco ou nenhum profissional com mais de 50 anos. Em meio aos desafios, AnaMaria te ajuda a lidar com o mercado de trabalho e buscar a recolocação, saiba mais!
O estudo, que consultou mais 258 empresas, aponta que aproximadamente 80% dessas organizações ainda não estabeleceram métricas para avaliar o sucesso de suas iniciativas de inclusão da diversidade geracional.
De acordo com consultoria especializada em análise de dados e soluções para aumentar o impacto e produtividade, IDados, em 2012, o número de desempregados acima de 50 anos era de 508,9 mil pessoas. Atualmente, eles são, aproximadamente, 1,4 milhão de pessoas em busca de oportunidade de trabalho.
POR QUE É MAIS DIFÍCIL?
Certos estigmas cercam as pessoas com mais de 40 anos no mercado de trabalho. O etarismo é um deles, já que o preconceito com base na idade perpetua a ideia de que os profissionais mais velhos são, por exemplo, menos adaptáveis, dispostos a aprender e inovadores. Algo que não é verdade.
Para a mentora de carreira e desenvolvimento pessoal, Catia Gonçalves, a experiência traz uma bagagem de conhecimento e habilidades valiosas, além de uma visão estratégica e a capacidade de liderança que só se desenvolvem com o tempo.
Uma forma de superar esses desafios em relação a idade, é torná-los falsos por meio de uma atualização constante, tanto dos profissionais quanto das empresas. “Acredito que a chave para o sucesso na recolocação após os 40 anos está em ter uma postura proativa e resiliente”, afirma a mentora de carreira.
Para mulheres, esses obstáculos são ainda mais presentes. “Podem ser amplificados por preconceitos adicionais relacionados ao gênero, como suposições sobre compromissos familiares ou capacidades físicas”, identifica Catia.
MERCADO DE TRABALHO
Dentro das empresas as questões relacionadas a idade também estão presentes no dia a dia, como na convivência das equipes, por isso, o respeito e valorização da diversidade de experiências e perspectivas que cada membro traz, independentemente da idade, são fundamentais, avalia a mentora de carreira.
Mas, lidar com as mudanças nas demandas do mercado, as lacunas em relação às habilidades pedidas recentemente, especialmente em setores tecnologicamente avançados, exige manter as capacidades atualizadas, uma rede de contatos ativa e uma presença positiva online, passos que a especialista considera importantes para superar esses obstáculos.
Assim, a colaboração e o aprendizado mútuo, estabelecidos com base em uma comunicação aberta para que todos sintam que suas contribuições são necessários, atrelados ao entendimento sobre o perfil comportamental de cada pessoa é outro ponto chave para a inclusão efetiva dos profissionais com mais de 40 anos.
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RECOLOCAÇÃO: DO CURRÍCULO A ENTREVISTA
Durante o processo de recolocação a elaboração do currículo, assim como a preparação das entrevistas, são etapas que merecem atenção e podem ser determinantes. Uma dica é ter um currículo específico para cada vaga que irá se candidatar.
Destacar sua trajetória profissional é essencial nessa busca. “Reforce suas realizações mais relevantes e recentes, coloque informações como “aumentei 20% do faturamento”, “fechei um contrato de X milhões no ano de 2023 para empresa X”, “economizei X% nos custos operacionais”, que vão depender do seu perfil e suas experiências”, exemplifica a especialista.
Inclua também os seus treinamentos e certificações atualizadas para mostrar que suas habilidades estão alinhadas com as necessidades atuais do mercado. Destacar experiências que demonstrem liderança, gestão de projetos e capacidade de adaptação a novos desafios, resiliência, trabalho em equipe e outros, é outro ponto importante.
Buscar novos conhecimentos, por meio dos cursos e certificações, também é uma boa pedida para quem ficou um período afastado do mercado de trabalho. Usar a rede de contatos para encontrar oportunidades de reentrada, incluindo posições temporárias, ou, consultorias que podem levar a empregos permanentes são outras alternativas válidas.
Há ainda o voluntariado e projetos freelancers que podem ajudar a preencher lacunas no currículo e mostrar seu comprometimento e capacidade de trabalho. “O mercado de trabalho está em constante mudança, e aqueles que se adaptam e se reinventam são os que mais se destacam”, analisa Catia.
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Com o currículo em mãos, as oportunidades de entrevistas serão o próximo passo. Você deve se preparar muito bem para elas, estude a empresa, seus valores e missão, seus produtos, clientes e concorrentes, também é bom ter em mente algumas perguntas relevantes sobre o negócio da empresa.
E o preparo não para por aí. Busque identificar quais são as habilidades mais importantes para a vaga, destacando a sua experiência e adaptabilidade. “Enfatize como sua vasta experiência será um ativo valioso para a equipe e demonstre familiaridade com tecnologias e tendências atuais”, orienta a mentora de carreira.
Caso, durante a entrevista, surjam perguntas em relação a sua idade, não se desespere: redirecione a conversa de maneira positiva para discussões sobre suas habilidades, realizações e como você pode contribuir para os objetivos da empresa.
Catia destaca que hoje questionamentos sobre a idade são cada vez mais incomuns, já as empresas estão mais conscientizadas sobre a discriminação por gênero ou idade. “A idade não é um impeditivo para o sucesso. Pelo contrário, nossa experiência e maturidade podem ser grandes diferenciais no mercado de trabalho. Até porque os 40 anos de hoje são os 30 do passado devido ao crescimento da taxa de longevidade”, aconselha a especialista.
LIDANDO COM O DESEMPREGO
O processo de busca por uma oportunidade de emprego não é fácil, além dos desafios do mercado de trabalho, questões emocionais também são muitos presentes, já que a insegurança profissional pode gerar ansiedade e estresse. Por isso, a mentora de carreira lista seis dicas para lidar com o desemprego após os 40 anos, confira a seguir.
- Atualização contínua: mantenha-se atualizada com as tendências do seu setor, aprendendo novas habilidades e ferramentas;
- Networking: amplie sua rede de contatos através de eventos, conferências e redes sociais profissionais como o LinkedIn.
- Saúde mental: cuide da sua saúde mental. O desemprego pode ser estressante, manter uma rotina, praticar exercícios e buscar apoio são essenciais;
- Consultoria ou freelancer: considere trabalhar como consultor ou freelancer em sua área de especialização. Isso pode oferecer novas oportunidades e manter suas habilidades afiadas;
- Flexibilidade: esteja aberto a posições que talvez não considere ideais inicialmente. Trabalhos temporários ou em indústrias diferentes podem abrir novos caminhos;
- Confiança: mantenha a confiança no seu potencial.
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