As vacinas são comprovadamente eficazes na prevenção, controle e eliminação de doenças infecciosas que ameaçam a vida, é o que garante a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM). E isso aparece também nos números.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que duas a três milhões de mortes sejam evitadas, anualmente, por meio da vacinação, sendo a imunização um dos investimentos que oferecem o melhor custo-efetividade no mundo inteiro.
Na prática, isso significa que as vacinas possibilitam um excelente resultado de proteção e com baixo custo, quando comparado com outras medidas onde não se tem recursos para realizar diagnóstico e tratamento de doenças.
COMO FUNCIONA?
As vacinas estimulam o sistema imunológico a proteger o organismo por meio da produção de anticorpos. Por meio de uma forma fraca ou inativada do agente causador da doença, elas ajudam a criar memória imunológica, de modo a preparar o organismo para um possível ataque do agente ativo da doença.
Caso esse ataque aconteça no indivíduo devidamente vacinado, os anticorpos específicos produzidos pela vacina irão destruir o agente infeccioso, fazendo com que a pessoa não adoeça e não tenha complicações graves, e muitas vezes, fatais causadas pela doença. A maioria das vacinas protege cerca de 90% a 100% das pessoas, sendo extremamente seguras.
Para isso, no Brasil, toda vacina que é licenciada passa por diversas etapas, além de um rigoroso processo de avaliação para garantir sua segurança e eficácia. Todas essas fases são realizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Esse órgão, regido pelo Ministério da Saúde (MS), analisa todos os dados das pesquisas realizadas, avaliando a segurança e eficácia das vacinas obtidas em estudos com milhares de humanos voluntários e de diversos países, com o intuito de certificar que o produto é, de fato, capaz de prevenir doenças sem oferecer riscos à saúde do indivíduo que a recebe.
SEGURAS
A tecnologia das vacinas está entre as mais seguras na prevenção de doenças. Nenhuma vacina, porém, está totalmente livre de causar reações. Algumas pessoas podem ter alguns efeitos colaterais leves após a aplicação das vacinas, como, por exemplo, dor no local da aplicação, febre e leve mal-estar. Contudo, raramente acontecem complicações graves após a vacinação, e seus riscos são muito menores do que os riscos das doenças que elas nos protegem.
As vacinas devem ser aplicadas conforme as faixas etárias e protocolo de doses, seguindo todas as recomendações do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), para garantir uma adequada proteção conforme as condições de saúde, situação epidemiológica do nosso país e as vulnerabilidades que o indivíduo apresenta diante do risco de adquirir determinadas doenças.
CALENDÁRIO
No Brasil existe um calendário básico de vacinação, proposto pelo PNI do Ministério da Saúde, que é atualizado permanentemente e contempla diversas vacinas contra as doenças mais prevalentes e/ou em risco de emergir no nosso país.
Os calendários vacinais do PNI atendem crianças, adolescentes e gestantes, e temos também os calendários vacinais propostos pela SBIM que, além de esses grupos, atendem também prematuros, idosos, viajantes, pacientes em situações especiais de saúde e saúde ocupacional (do trabalhador).
O calendário de vacinação ocupacional abrange as vacinas recomendadas para proteger o trabalhador, de diferentes áreas de atuação, de doenças que ele pode estar exposto no ambiente de trabalho. Entre elas, estão as vacinas contra difteria, tétano, coqueluche, sarampo, caxumba, rubéola, hepatites A e B, influenza, febre tifoide, febre-amarela, varicela, influenza, meningites e Covid-19.
O trabalhador deve estar sempre atento a caderneta de vacinação, pois é neste documento que consta o registro de todas as vacinas tomadas ao longo da vida, e ela precisa ser constantemente avaliada por um profissional competente para que possa ser atualizada mesmo na idade adulta e de pessoas idosas. Algumas vacinas que foram aplicadas na infância necessitam de reforços para garantir uma adequada manutenção da produção dos anticorpos, que irão garantir uma resposta de defesa robusta, frente a exposição do agente causador de doenças.
Vale ressaltar que é de extrema importância a educação e a conscientização da população em geral e dos trabalhadores quanto a vacinação, pois, quanto mais pessoas vacinadas, menor é a circulação de doenças causadas por vírus e bactérias entre a população, inclusive no ambiente de trabalho. Com isso, menos pessoas adoecem, garantindo menor absenteísmo e maior expectativa e qualidade de vida para a população.