Se você acorda cansada, sente sonolência ao longo do dia e tem dificuldades de concentração, talvez seja hora de prestar mais atenção ao seu sono. Segundo uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de 2023, 72% dos brasileiros sofrem com distúrbios do sono, como o ronco e a apneia.
Embora muita gente acredite que o ronco seja apenas um incômodo social, ele pode ser um sintoma de algo mais sério. “O ronco frequente e intenso deve ser investigado, pois pode indicar apneia do sono, uma condição em que a respiração é interrompida durante o descanso, comprometendo a oxigenação do organismo e aumentando o risco de diversas doenças”, explica Ordival Augusto Rosa, especialista em Medicina do Sono do Instituto Paranaense de Otorrinolaringologia (IPO).
A diferença entre ronco e apneia do sono
Apesar de ambos os problemas afetarem a qualidade do descanso, eles têm causas e impactos distintos. O ronco ocorre pela vibração das estruturas da garganta, gerando um som que pode variar de leve a intenso. Já a apneia do sono é uma condição mais grave, caracterizada por pausas temporárias na respiração por pelo menos 10 segundos, reduzindo os níveis de oxigênio no sangue e provocando microdespertares ao longo da noite.
Além do barulho incômodo, a apneia pode causar sonolência excessiva diurna, sensação de sufocamento ao dormir, fadiga ao acordar e dificuldades cognitivas. “O sono deve ser restaurador. Se a pessoa acorda cansada e sente sonolência ao longo do dia, é essencial investigar a causa e buscar tratamento”, alerta Ordival.
O diagnóstico da apneia do sono
Se você apresenta sintomas de distúrbios do sono, o ideal é procurar um especialista. O diagnóstico da apneia do sono é feito por meio de exames específicos, como a polissonografia, que monitora padrões respiratórios, níveis de oxigenação, frequência cardíaca e atividade cerebral durante o descanso.
Tratamentos para ronco e apneia do sono
O tratamento depende da gravidade do quadro e das características individuais de cada paciente. Em muitos casos, pequenas mudanças nos hábitos podem fazer grande diferença. “A perda de peso, ajustes na posição ao dormir e a adoção de um estilo de vida saudável podem trazer melhorias significativas”, afirma o especialista.
Para casos mais graves, especialmente de apneia do sono, pode ser necessário o uso de dispositivos como o CPAP (um aparelho que ajuda a manter as vias aéreas abertas durante o sono). “Pacientes com apneia não tratada têm maior risco de desenvolver complicações cardiovasculares e hipertensão arterial”, alerta o especialista.
Quando a cirurgia é necessária?
Em algumas situações, quando o problema está relacionado a alterações anatômicas que dificultam a respiração, a cirurgia pode ser uma opção. “Em alguns casos, a correção cirúrgica pode amenizar ou até eliminar o distúrbio do sono“, explica o especialista.
Se você ou alguém próximo sofre com ronco frequente e sintomas de apneia do sono, busque orientação médica. Cuidar da qualidade do sono é essencial para uma vida mais saudável e equilibrada!
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