O início do verão, em 22 de dezembro, está cada vez mais próximo. E com as altas temperaturas previstas para a estação, os cuidados com a pele tornam-se ainda mais importantes. Pensando nisso, a campanha do Dezembro Laranja, que alerta sobre o câncer de pele, destaca o uso do protetor solar em cápsula.
Mas, afinal, esse produto pode realmente substituir as versões tradicionais como cremes e loções? A preocupação se faz necessária. No Brasil, o câncer de pele é o tipo mais comum, representando cerca de 30% dos tumores malignos registrados no país.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a exposição excessiva ao sol é o principal fator de risco para a doença, o que reforça a necessidade de medidas de proteção. Em 2019, o câncer de pele foi a causa de morte de cerca de 4,5 mil pessoas. Ou seja, os cuidados são essenciais.
Como funciona o protetor solar em cápsula?
O protetor solar com cápsula é feito com ingredientes como extrato de Polypodium leucotomos, carotenoides, antioxidantes e polifenóis. Segundo Luciana Rodrigues da Silva, coordenadora do curso de Biomedicina da Faculdade Anhanguera Taboão da Serra, o produto atua na proteção do DNA das células.
“O protetor solar oral diminui os efeitos do sol na pele e pode ser um excelente aliado na prevenção do fotoenvelhecimento”, destaca. A especialista, por outro lado, ressalta que o protetor solar com cápsula não substitui filtros tópicos, como loções, sprays ou cremes.
Ou seja, as cápsulas devem ser vistas como uma estratégia complementar, não como substitutas dos métodos tradicionais. Além disso, é fundamental que o uso das cápsulas seja acompanhado de orientação médica, especialmente em casos de pessoas com necessidades específicas, como gestantes, crianças ou alérgicos.
Por que não substituem o protetor convencional?
Os filtros solares tradicionais, em forma de cremes, loções e sprays, formam uma barreira protetora na superfície da pele. Essa barreira é essencial para bloquear os raios UVB e UVA, prevenindo queimaduras, manchas e o câncer de pele.
Já o protetor solar em cápsula não tem a capacidade de criar essa proteção externa, funcionando apenas como um reforço interno. Outro ponto importante é que as cápsulas não possuem FPS (Fator de Proteção Solar), um elemento essencial dos protetores tópicos. Isso significa que, sem a aplicação de cremes ou sprays, a pele continua vulnerável aos efeitos mais intensos do sol, como queimaduras.
Por isso, é recomendado a combinação dos dois tipos de proteção é ideal, especialmente durante o verão. Enquanto o protetor tópico impede o contato direto dos raios solares com a pele, as cápsulas ajudam a reduzir o estresse oxidativo e os danos profundos causados pela radiação.
Como cuidar da pele?
A eficácia do protetor solar em cápsula depende do uso correto, além de outros hábitos de proteção. Luciana explica que cuidado simples também previnem o câncer de pele: “O uso diário de protetor solar, a reaplicação ao longo do dia e a adoção de acessórios como chapéus e óculos são passos básicos, mas indispensáveis”, destaca.
Outros hábitos eficazes para a saúde da pele são:
- Reaplicação do protetor a cada duas horas ou após contato com água ou suor;
- Proteção com sombrinhas, guarda-sol ou até mesmo o guarda-chuva;
- Uso de roupas de proteção UV;
- Evitar exposição ao sol nos horários de pico, geralmente entre 10h e 16h.
A adoção de uma abordagem integrada, unindo proteção tópica, uso das cápsulas e hábitos responsáveis, é a melhor forma de garantir a saúde da pele. Assim, consumidores podem desfrutar do verão com segurança, prevenindo danos e reduzindo o risco de doenças graves, como o câncer de pele.
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