A pressão arterial de 13 por 8 (130/80 mmHg), antes considerada aceitável, agora é vista como sinal de alerta. As novas diretrizes da Associação Americana do Coração (AHA), do Colégio Americano de Cardiologia (ACC) e das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial de 2025 (DBHA 2025) reforçam que valores mais baixos são ideais para prevenir doenças cardiovasculares e proteger o cérebro.
Essa mudança reflete evidências científicas robustas: manter a pressão abaixo de 130/80 mmHg reduz riscos de infarto, AVC, problemas renais e até demência. O que antes era visto como “normal” agora é classificado como pré-hipertensão, exigindo atenção e mudanças no estilo de vida.
O que dizem as diretrizes internacionais
Segundo a AHA e o ACC, a pressão considerada normal deve estar abaixo de 120/80 mmHg. Entre 120-129 mmHg de sistólica já é classificada como pressão elevada, e valores de 130-139/80-89 mmHg entram no estágio 1 da hipertensão. A recomendação atual é clara: quanto mais baixa a pressão, melhor para a saúde cardiovascular e cerebral.

Classificação brasileira em 2025
As Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial 2025 trouxeram uma mudança importante: a faixa de 120-139 mmHg de sistólica e/ou 80-89 mmHg de diastólica é considerada pré-hipertensão. Isso significa que quem apresenta pressão de 13 por 8 já está em zona de risco e precisa de intervenção preventiva.
- Pré-hipertensão: 120-139/80-89 mmHg.
- Hipertensão estágio 1: 140-159/90-99 mmHg.
- Hipertensão estágio 2: ≥160/≥100 mmHg.
- Meta de tratamento: abaixo de 130/80 mmHg, se bem tolerado.
Por que valores mais baixos são melhores?
Estudos recentes mostram que manter a pressão arterial em níveis menores reduz significativamente o risco de doenças cardíacas, AVC e insuficiência renal. Além disso, há evidências sólidas de que controlar a pressão previne declínio cognitivo e demência, já que a hipertensão danifica vasos sanguíneos delicados no cérebro.
Novas recomendações para prevenção e tratamento
As diretrizes de 2025 reforçam medidas práticas para reduzir a pressão arterial:
- Reduzir o consumo de sal para menos de 2.000 mg/dia (idealmente 1.500 mg).
- Usar substitutos de sal enriquecidos com potássio, exceto em casos de doença renal.
- Perder pelo menos 5% do peso corporal em casos de sobrepeso ou obesidade.
- Abstinência total de álcool como recomendação ideal.
No video abaixo, disponível no perfil no Instagram a dra. Ruany Maldonado (@ruanymmaldonado), há mais explicações sobre as mudanças nas definições de “pressão normal”.
O impacto para o paciente brasileiro
Se antes a pressão de 13 por 8 era considerada aceitável, agora ela acende um sinal amarelo. O objetivo é prevenir complicações futuras com mudanças no estilo de vida e, quando necessário, iniciar tratamento medicamentoso mais cedo. A mensagem das diretrizes é clara: não basta estar “na média”, é preciso buscar valores mais baixos para garantir longevidade e qualidade de vida.
O que dizem os especialistas
Em um artigo publicado no Jornal da USP, Hamilton Roschel, coordenador do grupo de pesquisa em Fisiologia Aplicada e Nutrição da Escola de Educação Física e Esporte e da Faculdade de Medicina da USP, explica que “a nova diretriz, baseada em evidências científicas sólidas que mostram que pressões mais baixas levam a menos eventos cardiovasculares, menos danos aos órgãos-alvo e, em última análise, vidas mais longas e saudáveis, é mais uma demonstração de que a ciência continua evoluindo, e o que considerávamos ‘bom o suficiente’ ontem pode não ser mais o ideal hoje. Em última análise, as novas diretrizes brasileiras são um convite para que todos nós sejamos mais proativos e exigentes com a nossa saúde cardiovascular”.







