A influenza B, que recentemente ganhou destaque após Thaeme Mariôto revelar estar enfrentando a doença, é uma variante do vírus da gripe que afeta exclusivamente humanos. Embora menos frequente que a influenza A, é responsável por surtos significativos, especialmente em períodos de clima frio. No Brasil, o aumento recente de casos chamou atenção, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, com a doença representando até 12% dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no auge do surto.
Por meio de suas redes sociais, Thaeme compartilhou o diagnóstico e agradeceu as mensagens de apoio. Sua experiência reforça a importância de se estar atento aos sinais da doença, que pode ter consequências graves se não tratada adequadamente. Além disso, o caso ressalta a necessidade de conscientização sobre os riscos da influenza B e a importância da vacinação para evitar complicações.
Qual a diferença entre influenza A e B?
Apesar de pertencerem ao mesmo grupo de vírus, a influenza A e a B possuem diferenças marcantes. A influenza A é a mais comum e está associada a pandemias globais, como a de 2009 (H1N1). Ela é caracterizada por uma alta capacidade de mutação e pode infectar humanos e outras espécies, incluindo aves e mamíferos.
A influenza B, por outro lado, tem uma abrangência mais restrita, afetando apenas humanos e, ocasionalmente, focas. Seus surtos são menos frequentes e geralmente limitados a certas localidades. No entanto, isso não significa que seja menos grave. Em períodos de alta circulação, como o registrado no Brasil em 2024, a influenza B pode sobrecarregar sistemas de saúde e causar complicações graves, especialmente em grupos vulneráveis, como crianças e idosos.
Embora os sintomas sejam semelhantes, as cepas da influenza A têm maior potencial de causar mutações significativas, dificultando a imunidade de longo prazo. Já a influenza B possui menor variabilidade genética, permitindo que a vacinação anual seja mais eficaz contra essa cepa.
Sintomas da influenza B
Os sintomas da influenza B são similares aos de outras gripes, mas variam em intensidade, dependendo do estado geral de saúde da pessoa. Os sinais mais comuns incluem:
- Febre alta e súbita: geralmente o primeiro sintoma a se manifestar, podendo durar até três dias;
- Dores musculares e articulares: muitas vezes intensas, acompanhadas de fadiga extrema;
- Tosse seca: pode persistir mesmo após a melhora de outros sintomas;
- Dor de garganta e coriza: comuns e, em crianças, podem ser mais pronunciados;
- Dores de cabeça: frequentes, muitas vezes severas e contínuas;
- Calafrios e mal-estar geral: um indicador clássico da gripe.
Em casos mais graves, a doença pode evoluir para pneumonia, bronquite ou outras complicações respiratórias. Pessoas com condições preexistentes, como diabetes ou doenças pulmonares, estão em maior risco de desenvolver complicações severas.
Por que os casos de influenza B estão aumentando?
Desde agosto de 2024, o Brasil tem registrado um aumento expressivo nos casos de influenza B, especialmente nas regiões Sul e Sudeste. O pico ocorreu em outubro, coincidindo com as variações climáticas e um relaxamento nas medidas preventivas pós-pandemia.
A redução do uso de máscaras e da prática de distanciamento social também contribuiu para a maior disseminação do vírus. Além disso, o longo período de isolamento durante a pandemia de COVID-19 resultou em uma menor exposição a vírus respiratórios, o que pode ter enfraquecido a imunidade populacional contra doenças como a gripe.
A vacinação contra a gripe, embora amplamente disponível, enfrentou baixa adesão em algumas regiões, o que também pode ter facilitado a disseminação da influenza B.
Como ocorre a transmissão?
O vírus da influenza B é altamente transmissível, espalhando-se principalmente por gotículas respiratórias expelidas ao falar, tossir ou espirrar. Além disso, o contato com superfícies contaminadas pode levar à infecção, especialmente quando as mãos entram em contato com a boca, nariz ou olhos.
Ambientes fechados e com pouca ventilação, como escolas, escritórios e transportes públicos, favorecem a disseminação do vírus, especialmente em períodos de alta circulação.
Prevenção e vacinação contra influenza B
A vacinação é a medida preventiva mais eficaz contra a influenza B. Atualizada anualmente, a vacina protege contra as cepas mais comuns do vírus, incluindo as variantes A e B.
Além da vacinação, outras ações são essenciais para reduzir o risco de contágio:
- Higienizar as mãos regularmente com água e sabão ou álcool em gel;
- Evitar aglomerações em períodos de alta circulação do vírus;
- Manter os ambientes bem ventilados e limpos;
- Cobrir nariz e boca ao tossir ou espirrar, preferencialmente com o braço.
Para os grupos de risco, como idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas, a vacinação deve ser prioridade, pois eles têm maior probabilidade de desenvolver complicações graves.
Tratamento e cuidados
O tratamento da influenza B é baseado em repouso, hidratação e medicamentos sintomáticos, como antitérmicos e analgésicos. Em casos mais graves, antivirais específicos podem ser prescritos, desde que iniciados nos primeiros dias de sintomas, reduzindo a gravidade e a duração da infecção.
É crucial procurar ajuda médica ao identificar sinais de agravamento, como dificuldade respiratória, febre persistente ou agravamento do mal-estar. A automedicação deve ser evitada, pois pode mascarar sintomas e atrasar o diagnóstico correto.
O recente aumento de casos de influenza B, aliado à experiência de Thaeme Mariôto, reforça a necessidade de atenção e conscientização em relação a esse tipo de gripe. Embora menos comum que a influenza A, a influenza B tem potencial de causar surtos significativos e complicações graves, especialmente entre os mais vulneráveis.
Manter a vacinação em dia, adotar medidas preventivas e reconhecer os sintomas precocemente são passos essenciais para proteger a saúde individual e coletiva. Em tempos de alta circulação do vírus, a informação e os cuidados são os melhores aliados na luta contra a doença.
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