A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES) confirmou, nesta semana, mais duas mortes provocadas pela febre do Oropouche. As análises feitas pelo Laboratório Central Noel Nutels (Lacen-RJ) identificaram o vírus como causa dos óbitos. As vítimas eram duas mulheres, uma de 34 anos, moradora de Macaé, e outra de 23, residente em Paraty.
Ambas apresentaram os primeiros sintomas da doença em março deste ano e precisaram ser internadas, mas não resistiram. Com essas ocorrências, o estado do Rio já soma três mortes em decorrência da infecção causada pelo vírus Oropouche.
A SES afirma que os casos foram isolados e ocorreram há mais de dois meses. Desde então, não foram registradas novas internações, complicações ou óbitos pela doença nos municípios onde os casos ocorreram.
A secretária estadual de Saúde, Claudia Mello, reforçou que o estado vem adotando ações preventivas. “Desde o ano passado, com a introdução do vírus no estado, nossos especialistas têm aperfeiçoado os protocolos de Vigilância Epidemiológica e aprimorado a assistência aos pacientes”, destacou.
O que é febre Oropouche?
A febre do Oropouche é uma doença infecciosa causada por um vírus do gênero Orthobunyavirus. Ele foi identificado pela primeira vez no Brasil na década de 1960, com circulação predominante na região Amazônica. Com a ampliação da testagem, o vírus tem sido detectado em mais regiões do país.
Embora apresente sintomas semelhantes aos da dengue, o mosquito transmissor é diferente. No caso da febre Oropouche, o vetor principal é o Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, que se desenvolve em água parada e habita tanto áreas urbanas quanto silvestres.
Quais são os sintomas?
Os primeiros sintomas surgem entre quatro e oito dias após a infecção. Febre alta, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, náuseas e vômitos são os mais comuns.
Também podem aparecer calafrios, tontura, fotofobia (sensibilidade à luz), diarreia, erupções na pele e, em casos mais graves, meningite viral e hemorragias. O quadro pode durar até duas semanas.
Diagnóstico
O diagnóstico depende da fase em que o paciente se encontra. Nos primeiros dias após o surgimento dos sintomas, o teste mais indicado é o RT-PCR. A partir do quinto dia, os exames sorológicos passam a ser mais eficazes.
A confirmação também leva em conta a análise clínica e o histórico do paciente, especialmente se houver outros casos registrados na região.
Como é o tratamento?
Ainda não há tratamento específico para a febre do Oropouche. O foco dos cuidados médicos está no controle dos sintomas, com uso de analgésicos para dor e febre, hidratação adequada (cerca de dois litros de água por dia para adultos) e repouso.
É essencial o acompanhamento médico com clínico geral ou infectologista, principalmente em casos com sintomas persistentes ou agravamento do quadro.
Como se prevenir?
Entre as principais formas de prevenção estão eliminar criadouros do mosquito, evitar água parada, aplicar repelente na pele exposta e manter portas e janelas protegidas com telas.
Além disso, é importante manter os ambientes limpos e livres de lixo acumulado, especialmente em locais com histórico da doença ou que tenham alta infestação de mosquitos.
Situação atual no estado
Desde o início do ano, o estado do Rio de Janeiro registrou 1.581 casos da febre do Oropouche. As cidades com maior número de notificações são: Cachoeiras de Macacu (649), Macaé (502), Angra dos Reis (320), Guapimirim (168) e Paraty (131).
Resumo: A febre do Oropouche já causou três mortes no Rio de Janeiro, segundo a Secretaria de Estado de Saúde. Transmitida pelo mosquito maruim, a doença tem sintomas semelhantes aos da dengue. O estado contabiliza 1.581 casos e reforça medidas de prevenção.
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