Mounjaro Vs. Ozempic? Essa é uma dúvida frequente entre aqueles que buscam métodos de emagrecimento com o auxílio de medicamentos. E a resposta depende de uma série de fatores, como as características de cada um, seus benefícios, efeitos colaterais e, claro, o mais indicado para você.
Para isso, é preciso entendê-los. Mounjaro e Ozempic são medicamentos aprovados e indicados para o tratamento da diabetes tipo 2. No Brasil, ambos são aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para este uso.
No entanto, por terem substâncias que auxiliam no emagrecimento, passaram a ser mais buscados com esta finalidade, de modo off label, que é quando há indicação médica para tratar um problema com o uso de medicamentos homologados para outra condição.
De acordo com o médico nutrólogo Ronan Araujo, o resultado na perda de peso de ambos é comprovado por pesquisas. A seguir, o especialista em emagrecimento, explica as características de cada medicamento com mais detalhes.
Como o Mounjaro e Ozempic agem?
- Mounjaro (Tirzepatida): desenvolvido pela Eli Lilly, o Mounjaro é um medicamento relativamente novo que atua como um agonista dual de GIP (peptídeo inibidor gástrico) e GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon).
A ação combinada resulta em uma maior eficácia no controle glicêmico e, consequentemente, em uma maior perda de peso em comparação com medicamentos que agem apenas no GLP-1. Ensaios clínicos indicam que o Mounjaro pode levar à perda de mais de 20% do peso corporal.
- Ozempic (Semaglutida): fabricado pela Novo Nordisk, o Ozempic é amplamente utilizado e já consolidado tanto para o controle do diabetes tipo 2 quanto para a perda de peso. Ele age aumentando a secreção de insulina e reduzindo a liberação de glucagon, além de promover uma sensação de saciedade mais prolongada.
Além disso, o Ozempic reduz o apetite e retarda o esvaziamento gástrico, contribuindo para a perda de peso. Estudos mostram que o Ozempic pode ajudar na redução de até 15% do peso corporal em pacientes com obesidade.
Mounjaro Vs. Ozempic: o efeito no corpo
Além do controle da diabete tipo 2 e do emagrecimento, o Mounjaro e Ozempic oferecem uma série de outros benefícios para a saúde e qualidade de vida dos pacientes. Como exemplo, a melhora no controle metabólico, reduzindo o risco de complicações como doenças cardíacas, problemas renais e neuropatia.
A redução da pressão arterial e melhora no perfil lipídico, fatores que são essenciais para a saúde cardiovascular, além da qualidade do sono e saúde mental, são outros benefícios comuns. Por outro lado, ambos os medicamentos podem causar efeitos colaterais. Os mais comuns são:
- Náusea;
- Vômito;
- Problemas gastrointestinais.
O especialista alerta que, por ser mais potente, o Mounjaro pode apresentar maior incidência de desconforto gastrointestinal. “O sintoma pode ser amenizado quando utilizado corretamente e com acompanhamento e orientação profissional”, acrescenta.
Mounjaro Vs. Ozempic: qual o melhor?
Para o médico nutrólogo, não há uma resposta definitiva para essa pergunta. A escolha entre Mounjaro e Ozempic depende de fatores individuais como a resposta do corpo ao tratamento, os objetivos específicos (perda de peso ou controle glicêmico) e a tolerância a possíveis efeitos colaterais.
Porém, é possível avaliar qual apresenta melhores resultados em cada campo de atuação. “Estudos comparativos têm mostrado que o Mounjaro pode ter uma eficácia ligeiramente superior ao Ozempic tanto na perda de peso quanto no controle glicêmico”, avalia Ronan.
Um estudo publicado no The New England Journal of Medicine evidenciou que pacientes que usaram Mounjaro apresentaram reduções de glicose e perda de peso maiores que aqueles que utilizaram apenas Ozempic: “Entretanto, essa superioridade vem acompanhada de um maior risco de efeitos colaterais, exigindo uma análise cuidadosa de cada caso”, continua o especialista.
Já o Ozempic pode ser mais indicado para pacientes com diabetes tipo 2 e que buscam uma solução com eficácia comprovada e um perfil de efeitos colaterais mais previsível. Quem busca perder peso de forma consistente e com menor risco de desconforto gastrointestinal, também pode escolhê-lo.
“É essencial que a escolha do medicamento seja feita em conjunto com um profissional de saúde, que possa avaliar o histórico do paciente e recomendar a melhor opção com base em evidências científicas e na individualidade de cada caso”, finaliza Ronan Araujo.
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