A insônia tem relação direta com hipotireoidismo, rinite, sinusite, dores crônicas e depressão. Por isso, esses males devem ser diagnosticados logo, para que possam ser tratados antes ou simultaneamente à insônia.
No entanto, ela também pode ocorrer por conta de maus hábitos (sedentarismo, a ingestão de alimentos inadequados à noite, uso de bebidas alcoólicas ou drogas em excesso).
A melhor maneira de lidar com a dificuldade de dormir é o tratamento das doenças bem como a melhora dos hábitos. Medicamentos para dormir podem ser indicados, mas seu uso deve ser criterioso, mesmo daqueles remédios considerados naturais, como melatonina ou antialérgico descongestionante.
Costuma-se indicar antidepressivos e antipsicóticos em dose baixa. A recomendação é evitar a prescrição de ansiolíticos benzodiazepínicos (os tarjas pretas), pois causam dependência.
É por isso, então, que o fundamental é tratar o problema causador da insônia. Quando há um transtorno de ansiedade associado, podemos utilizar um anticonvulsivante com efeito ansiolítico, que diminui a ansiedade.
Tudo isso para que você possa entender que medicamentos com outras finalidades podem ser usados para a melhora do sono, mas não são a escolha mais acertada, principalmente por causa dos seus efeitos colaterais (eles podem mexer com a memória, impulsionar o comer etc).
O ideal é tentar deixar de usar remédio para a insônia. Mas com parcimônia, especialmente aqueles de tarjas pretas, que provocam abstinência, ansiedade e insônia rebote. No geral, o tempo de uso deve ser o mais breve possível para que logo o sono recupere o seu ciclo normal.
Caberá ao médico buscar essa meta e meios para induzir a um sono mais natural por meio de estratégias de mudanças de comportamento, relaxamento, respiração e uso correto da cama!
LUIZ SCOCCA é psiquiatra com mais de 20 anos de atendimento em consultório próprio, além da participação em grupos de estudo, congressos e projetos sociais. Formado pela USP e membro das associações brasileira e americana de psiquiatria: ABP e APA.