Um homem de 40 anos, residente na Flórida, Estados Unidos, decidiu adotar uma dieta carnívora em busca de emagrecimento e aumento de energia. Contudo, sua escolha alimentar o levou a consequências alarmantes para sua saúde. Ao longo de oito meses, ele chegou a consumir até quatro quilos de queijo por dia, além de grandes quantidades de manteiga e hambúrgueres. O resultando em vazar colesterol pelas mãos.
O caso, que foi documentado no ‘Journal of the American Medical Association’ (JAMA), trouxe à tona a preocupação dos especialistas com os riscos associados a dietas extremas e não regulamentadas. O paciente apresentou caroços amarelos nas mãos, pés e cotovelos, sintomas que o levaram a procurar atendimento médico. Durante a consulta, os médicos diagnosticaram xantelasma, uma condição caracterizada pelo acúmulo de gordura e, portanto, vaza colesterol pelas mãos – na pele.
Na avaliação clínica, foi revelado que o homem havia mantido uma dieta extremamente rica em gorduras saturadas, que incluía o consumo diário de tabletes inteiros de manteiga. Embora ele relatasse ter perdido peso e experimentado uma sensação de maior disposição e clareza mental durante o período da dieta, os exames mostraram que seus níveis de colesterol estavam até cinco vezes acima do recomendado.
Os médicos enfatizaram a necessidade de se monitorar os padrões alimentares para evitar complicações graves. Em suas considerações sobre o caso, o cardiologista Roberto Kalil afirmou ao portal G1: “Uma ingestão tão elevada de gordura não é compatível com uma boa saúde e pode resultar em colesterol alto, que é um dos principais fatores de risco para doenças fatais ao redor do mundo.” Kalil destacou que a infiltração de gordura observada nas mãos do paciente era indicativa da quantidade excessiva consumida.
O colesterol, uma substância lipídica essencial no organismo, quando presente em níveis elevados pode provocar danos às artérias, levando à formação de placas que obstruem esses vasos sanguíneos e aumentam o risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC).
Dados do Ministério da Saúde apontam que cerca de 40% da população brasileira apresenta índices elevados de colesterol, afetando não apenas adultos mas também crianças e adolescentes. Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revelou que uma em cada quatro crianças está com colesterol alto. Embora fatores genéticos possam influenciar alguns casos, a principal causa é a alimentação inadequada, especialmente o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados.
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