Quando se fala na indentificação do colesterol alto, logo se pensa no exame de sangue, não é mesmo? A lógica não está errada: o diagnóstico definitivo realmente só pode ser feito por exames laboratoriais. Porém, existem sinais prévios que também podem indicar a existência do problema comum.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, 4 em cada 10 adultos apresentam níveis alterados de colesterol. Essa anormalidade pode levar a complicações graves, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Ou seja: o alerta é fundamental.
O cardiologista Roberto Yano reforça: “Identificar o colesterol alto precocemente é fundamental para evitar complicações. Além dos exames de rotina, existem sinais visíveis que podem surgir ao longo do tempo e que as pessoas devem observar com atenção”.
Efeitos do colesterol alto na saúde
O colesterol é um lipídio (gordura) produzido pelo fígado a partir de alimentos ricos em gordura. A substância desempenha funções essenciais no organismo, como a produção de hormônios e a formação de membranas celulares.
No entanto, quando os níveis de LDL (o ‘colesterol ruim’) estão elevados, os efeitos podem prejudicar a saúde cardiovascular e outros órgãos. O colesterol alto é uma das principais causas da aterosclerose, acúmulo de placas nas artérias que prejudica a circulação sanguínea e aumenta o risco de doenças cardíacas.
Entre os principais riscos do colesterol alto, estão:
- Aumento do risco de doenças cardíacas;
- Acúmulo de placas nas artérias (aterosclerose);
- Hipertensão arterial;
- Problemas no fígado;
- Aumento do risco de AVC (acidente vascular cerebral).
Esses problemas podem evoluir silenciosamente, mas o corpo pode manifestar alguns sinais externos, sobretudo nos casos de nível descontrolado por longos períodos. Entre os sintomas físicos mais comuns, Yano destaca o aparecimento de manchas amareladas na pele e alterações ao redor dos olhos.
4 sinais visíveis de colesterol alto
1. Xantomas na pele: manchas amareladas que surgem em áreas como pálpebras, cotovelos, joelhos e mãos. Esses depósitos de gordura na pele indicam que a pessoa pode estar com níveis altos de colesterol.
2. Xantelasma: semelhante aos xantomas, o xantelasma ocorre nas pálpebras ao redor dos olhos e é um sinal clássico de colesterol LDL elevado. Mesmo após o tratamento do colesterol, essas manchas podem persistir.
3. Arco senil: um anel branco, cinza ou azulado que aparece ao redor da íris dos olhos. Causado por um acúmulo de lipídios na região, o arco senil é mais comum em pessoas mais velhas, mas, quando aparece em jovens, pode indicar um risco precoce de doenças cardiovasculares.
4. Xantoma tendinoso: os xantomas também podem se formar próximos aos tendões, como nas mãos, cotovelos, tornozelos e no tendão de Aquiles. Essas áreas, por estarem constantemente em movimento, podem gerar dores e dificultar a mobilidade.
Se você observar algum dos sinais visíveis de colesterol alto mencionados — como xantomas, xantelasmas ou o arco senil —, é importante procurar um médico para realizar exames e confirmar o diagnóstico. Quanto mais cedo o problema for detectado, maiores são as chances de controlar os níveis de colesterol e prevenir complicações graves.
Esses sinais físicos são indicadores importantes que podem ajudar na detecção precoce do colesterol alto, permitindo que o tratamento seja iniciado antes que surjam complicações mais graves. No entanto, a melhor maneira é tratá-lo é com a prevenção.
Como prevenir o colesterol alto?
Roberto Yano destaca que a prevenção do colesterol alto depende de uma combinação de fatores genéticos e hábitos de vida. “Claro que a genética influencia na nossa produção do colesterol. Porém nossos hábitos são fatores que também influenciam no colesterol”, afirma o cardiologista.
Entre as recomendações para manter o colesterol sob controle, estão:
- Alimentação saudável: priorize uma dieta rica em frutas, verduras, grãos integrais e gorduras saudáveis, como as encontradas no azeite de oliva e no abacate.
- Atividade física regular: exercícios físicos ajudam a aumentar o HDL (o ‘colesterol bom’) e a reduzir o LDL.
- Evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool: o fumo e o álcool em excesso contribuem para o aumento dos níveis de colesterol e para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
- Exames de rotina: “Não se esqueça de fazer exames periódicos para monitorar seus níveis de colesterol e identificar qualquer alteração logo no início”, alerta Dr. Yano.
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