Você provavelmente já viu em filmes alguém sendo hipnotizado e agindo de forma completamente fora do comum, como se estivesse sob o controle de outra pessoa. Mas, na vida real, a hipnose terapêutica está muito longe disso. A técnica é uma ferramenta reconhecida para tratar desde ansiedade e insônia até dores físicas e compulsões, com resultados que podem surgir em poucas sessões.
Segundo Brunna Dolgosky, psicóloga, hipnoterapeuta e pós-graduada em arteterapia, a hipnose clínica é um estado de concentração profunda e relaxamento que permite reorganizar percepções, emoções e memórias. “Sob esse estado, há aumento da plasticidade cognitiva e emocional, o que torna o paciente mais receptivo a intervenções corretivas”, explica. Ou seja: não há perda de consciência nem manipulação da mente, tudo acontece com o consentimento e participação ativa da pessoa.
O que a hipnose faz no cérebro?
Durante o transe, o cérebro muda temporariamente a forma como se comunica internamente, reduzindo o pensamento crítico e aumentando o acesso às áreas ligadas às emoções e à memória. Na prática, isso cria um estado de atenção focada, em que o paciente consegue revisitar lembranças e emoções sob uma nova perspectiva e sem sofrimento.
“Quando uma memória dolorosa é reinterpretada com segurança, o cérebro entende que aquele medo ou desconforto já não é necessário”, explica Brunna. Esse processo, conhecido como reconsolidação da memória, ajuda a dissolver sintomas como fobias, dores crônicas e ansiedade de maneira natural e duradoura.
Para quais problemas ela é indicada
A hipnose atua sobre qualquer sintoma que tenha origem emocional, já que corpo e mente estão diretamente conectados. Antes que um mal-estar se manifeste fisicamente, ele costuma nascer como tensão, medo ou crença negativa. Ao reorganizar esses padrões, a hipnose ajuda a restaurar o equilíbrio entre os sistemas nervoso, hormonal e imunológico.
Na prática, pode auxiliar em casos de:
- Ansiedade e insônia
- Dores e doenças psicossomáticas
- Fobias e traumas emocionais
- Distúrbios alimentares e compulsão
- Auxílio no tratamento de vícios, como tabagismo
- Apoio no processo de emagrecimento
No caso da perda de peso, por exemplo, a hipnose atua sobre a causa emocional da compulsão alimentar, e não sobre a dieta em si. “A técnica reeduca o sistema emocional que conduz o comportamento alimentar, tornando o processo mais natural e sustentável”, detalha Brunna.
Resultados rápidos e duradouros
Os efeitos costumam aparecer cedo. Muitas pessoas percebem melhora já nas primeiras sessões. O número de encontros varia de acordo com o tipo de sintoma e a disposição da pessoa em se entregar ao processo, mas a especialista afirma que, quando o problema é tratado na origem emocional, a mudança tende a ser permanente.
“Quando o cérebro entende que aquela resposta antiga não é mais necessária, o sintoma perde sentido e desaparece. É uma transformação real, não temporária”, diz.
Para quem a hipnose é indicada
Apesar dos resultados positivos, a hipnose não substitui tratamentos médicos ou psicológicos tradicionais. Em casos de doenças físicas graves ou transtornos psiquiátricos, o ideal é que seja usada como complemento. Brunna explica que o sucesso depende da integração entre mente e corpo. A especialista destaca que a hipnose não é um milagre, mas uma ferramenta de autoconhecimento e reprogramação emocional. Ela ajuda o cérebro a encontrar novos caminhos de equilíbrio.
Como escolher um bom profissional
Para garantir segurança e eficácia, é essencial procurar um profissional qualificado, como psicólogos ou médicos com especialização em hipnose clínica. “O hipnoterapeuta ético sempre inicia com avaliação, explica o processo e respeita os limites do paciente”, reforça Brunna. Sinais de um bom atendimento incluem comunicação clara, empatia, registro profissional ativo (CRP ou CRM) e, principalmente, quando não há promessas milagrosas.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (edição 1496, de 21 de novembro de 2025). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.
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