O Brasil é o segundo país com mais casos de hanseníase no mundo, atrás apenas da Índia. De acordo com dados do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2018 foram detectados 28.660 novos casos no território brasileiro, dentre estes, 1.705 casos em menores de 15 anos de idade. Isso representa mais de 93% das ocorrências registradas em países das Américas.
A doença tem registro de casos novos em todos os estados, com maior concentração nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
COMO ACONTECE O CONTÁGIO?
Esse aumento do número de casos ocorre muitas vezes com o contágio pelo convívio com doentes ainda sem tratamento. Entretanto, vale lembrar que 90% dos indivíduos são naturalmente imunes a bactéria, ou seja, não adoecem após contato com ela.
“Estima-se que um paciente não tratado num raio de 100 metros vai infectar no ano seguinte pelo menos mais uma pessoa”, explica a dermatologista Laila de Laguiche, fundadora do Instituto Aliança Contra Hanseníase no Brasil.
CONSEQUÊNCIAS DO DIAGNÓSTICO TARDIO
O paciente brasileiro começa a se tratar, em média, um ano e meio a dois anos depois de surgirem os primeiros sintomas, que por sua vez podem demorar até 10 anos para aparecerem.
“Sintomas como câimbras, formigamento, mesmo sem manchas, já podem ser uma forma inicial de hanseníase”, explica Laguiche.
Um diagnóstico tardio e a falta de tratamento adequado podem trazer consequências, como:
– Avanço da história natural da doença.
– Lesões incapacitantes.
– Desfiguração e amputação de membros, com a necessidade de cirurgias e próteses.
– Contágio às pessoas com as quais tem convivência, inclusive crianças e idosos.
– Estigma social com grande sofrimento psicológico.
Isso já é uma realidade cada vez mais comum. Por exemplo, dos novos casos diagnosticados, mais de 7 mil já estão no grau 2 da doença, onde já apresentam algum tipo de incapacidade.
Por isso, é importante fazer um diagnóstico completo e assertivo para que o paciente tenha disponível quanto antes o tratamento da doença.
SAIBA MAIS SOBRE O ASSUNTO
O documentário “Hanseníase Hoje e Sempre”, produzido pela Editora Caras com o apoio do Facebook Journalism Project e do ICFJ – Internacional Center for Journalists, traz relatos de médicos e pacientes, tanto da época em que a internação era compulsória, quanto de hoje em dia.
Confira o documentário:
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