A esquizofrenia é um transtorno mental grave de evolução crônica que atinge cerca de 1% da população e envolve sintomas de amplo espectro.
Atualmente, pesquisadores procuram classificar melhor a doença, deixando de defini-la, equivocadamente, como esquizofrenia paranoica, por exemplo, cujo diagnóstico era dado à pessoa que se sentia perseguida.
O que traz benefícios é o apoio e o tratamento precoce. Assim, o diagnóstico atual implica em haver ao menos dois dos seguintes sintomas (e um desses sintomas deve ser um dos três primeiros da lista a seguir): alucinações; delírios; discurso desorganizado; comportamento desorganizado; sintomas negativos.
Mas o que é alucinação? É a percepção de algo inexistente por meio dos cinco sentidos (ouvir vozes que não existem, sentir cheiro, sabor, ver, ter sensação tátil de coisas que só acontecem no sistema sensorial do indivíduo).
E delírio? É acreditar num fato que não é real. Ou interpretar algo que acontece de maneira diferente da realidade. Já os sintomas negativos representam o isolamento, a baixa expressão de afeto, pouca comunicação e dificuldade de se cuidar e organizar.
Esquizofrênicos podem se recuperar e levar uma vida normal (existe a recuperação, mas não a cura) ou, opostamente, a doença pode ser incapacitante. Por isso, medidas preventivas são fundamentais. Histórico familiar de esquizofrenia pode aumentar o risco, de modo que atenção ao transtorno é redobrada.
O uso de substâncias como a maconha também pode precipitar o surto. Em todo caso, após o primeiro episódio, é fundamental dar continuidade ao tratamento, para evitar recaídas (cada recaída piora a condição cerebral).
Antidepressivos e ansiolíticos fazem parte do tratamento, mas ele costuma ser focado em antipsicóticos. Psicólogos, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais compõem a equipe multidisciplinar.
LUIZ SCOCCA é psiquiatra com mais de 20 anos de atendimento em consultório próprio, além da participação em grupos de estudo, congressos e projetos sociais. Formado pela USP e membro das associações brasileira e americana de psiquiatria: ABP e APA.