A dieta à base de plantas sempre foi alvo de muitos questionamentos, mas também tem ganhado cada vez mais destaque. E não apenas por seus benefícios físicos, mas também pelo impacto positivo na saúde mental.
Estudos recentes indicam que a adoção de uma alimentação rica em vegetais, frutas, grãos integrais e leguminosas pode contribuir para a prevenção e o tratamento de transtornos mentais, como depressão e ansiedade.
A relação entre a dieta à base de plantas e saúde mental
A relação entre nutrição e saúde mental é complexa e depende de diversos fatores. Fato é que os alimentação impacta diretamente a função cerebral, influenciando o humor e o bem-estar psicológico. E os alimentos de origem vegetal são fontes abundantes de vitaminas, minerais e antioxidantes, o que favorece a saúde do cérebro.
Por exemplo, vegetais verdes escuros, como espinafre e brócolis, são ricos em folato. Essa vitamina B é essencial para a produção de neurotransmissores relacionados ao humor, como a serotonina e a dopamina. A deficiência de folato é associada a sintomas depressivos.
Além disso, nozes e sementes fornecem ácidos graxos ômega-3, conhecidos por suas propriedades anti-inflamatórias e por promoverem a integridade das membranas celulares neuronais. Fontes vegetais como linhaça, chia e nozes oferecem quantidades significativas do nutriente.
Embora a correlação entre entre a dieta à base de plantas e saúde mental não implique causalidade, esses achados sugerem que padrões alimentares baseados em plantas podem desempenhar um papel protetor no bem-estar.
Inflamação e saúde mental
De maneira geral, a dieta à base de plantas tende a ter ação anti-inflamatória. Em contrapartida, uma alimentação composta por itens processados e gorduras saturadas podem aumentar os marcadores inflamatórios no organismo.
E a inflamação crônica é associada ao desenvolvimento de transtornos mentais. Logo, uma alimentação rica em vegetais pode reduzir o risco de doenças mentais ligadas a processos inflamatórios no organismo.
Frutas e vegetais coloridos, como uvas e folhas verdes, contêm flavonoides e carotenoides. Esses compostos combatem o estresse oxidativo e a inflamação, gerando mais saúde para o cérebro. A dieta mediterrânea, rica em frutas, vegetais, grãos integrais e azeite de oliva, também está associada ao menor risco de desenvolver depressão.
Outros benefícios atestados em estudos da dieta à base de plantas:
- A alimentação rica em fibras, característica das dietas à base de plantas, favorece o crescimento de bactérias benéficas no intestino, promovendo uma digestão mais eficiente.
- Um benefício da dieta vegana (quando é natural e variada) é a maior sensibilidade à insulina. Segundo estudos, indivíduos que seguem essas dietas têm menos de 50% de chance de desenvolver diabetes se comparados aos não vegetarianos.
- O consumo de vegetais está associado ao controle da pressão arterial.
- A dieta mediterrânea também ajuda a proteger o coração.
“Uma alimentação baseada em verduras, legumes e grãos está associada à diminuição de fatores de risco relacionados à doença renal”, acrescenta a médica nefrologista Caroline Reigada, especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira.
Cuidado necessário antes de fazer mudanças
Porém, vale ressaltar que a mudança na alimentação deve ser acompanhada de outros hábitos saudáveis para ter o efeito esperado. Além disso, é importante considerar a individualidade de cada pessoa, que possui preferências e necessidades próprias.
Por isso, transição para esse padrão alimentar deve ser feita de forma planejada, garantindo a ingestão adequada de todos os nutrientes essenciais. Recomenda-se consultas com nutricionistas e outros especialistas antes de qualquer modificação na alimentação.
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