Cada vez mais pessoas estão recorrendo ao TikTok em busca de informações sobre como melhorar a qualidade do sono. Um estudo do Geisinger Health System, nos Estados Unidos, revelou que tendências virais de sono estão se tornando populares, especialmente entre a Geração Z.
O fenômeno do ‘bed rotting’ e outras tendências virais
Entre as práticas mais comentadas está o “bed rotting” (ou “apodrecer na cama”), que consiste em passar longos períodos de tempo na cama, muitas vezes por um dia inteiro, na tentativa de melhorar o descanso. No entanto, os adeptos nem sempre usam esse tempo para dormir, muitos permanecem assistindo a vídeos, lendo ou apenas relaxando.
O estudo revelou que 37% dos norte-americanos já experimentaram uma ou mais dessas tendências virais de sono. Na Geração Z, esse número sobe para 55%, e cerca de 24% dos jovens dessa geração afirmaram já ter tentado o “bed rotting”.
Além disso, o levantamento apontou que:
- 51% das pessoas passam mais de 30 minutos na cama antes de tentar dormir;
- 27% costumam permanecer deitadas na cama de manhã, antes de se levantar;
- 8% já assistiram a transmissões ao vivo de outras pessoas dormindo;
- 7% já transmitiram o próprio sono ao vivo.
Experimentos com suplementos e ciclos de sono
Outra tendência crescente é a experimentação de auxílios naturais para dormir.
- 9% das pessoas testaram o consumo de magnésio, popularmente conhecido como “sleepy girl mocktail”;
- 9% tentaram seguir ciclos de sono baseados em incrementos de 90 minutos – um método que promete melhorar a qualidade do descanso. Essa ideia se baseia no fato de que, durante uma noite de descanso, passamos por diferentes fases do sono, que ocorrem em ciclos que duram, em média, 90 minutos. O objetivo dessa prática é acordar no final de um ciclo completo, evitando despertar no meio de uma fase profunda do sono, o que pode causar sensação de cansaço e confusão mental ao acordar.
- 15% da Geração Z já experimentou dormir de acordo com esses ciclos específicos.
Como funciona o ciclo do sono?
O sono é dividido em quatro estágios, sendo os dois primeiros mais leves e os últimos mais profundos. Durante uma noite de descanso, passamos por esses estágios repetidamente em ciclos de aproximadamente 90 minutos:
- Estágio 1 (Sono leve inicial) – Duração: poucos minutos. O corpo começa a relaxar e a atividade cerebral reduz.
- Estágio 2 (Sono leve) – Duração: cerca de 20 minutos. A temperatura do corpo diminui e os batimentos cardíacos desaceleram.
- Estágio 3 (Sono profundo) – Duração: cerca de 30 minutos. Esse é o sono reparador, onde ocorre a regeneração muscular e liberação de hormônios essenciais.
- Sono REM (Rapid Eye Movement) – Duração: cerca de 20 minutos. Nessa fase, ocorrem os sonhos, e a atividade cerebral é intensa, semelhante à vigília.
Esses estágios se repetem ao longo da noite, formando ciclos de cerca de 90 minutos cada. Uma pessoa saudável geralmente passa por 4 a 6 ciclos por noite.
Por que dormir em múltiplos de 90 minutos?
A ideia por trás dessa estratégia é que acordar no meio de um ciclo pode causar sonolência excessiva e dificuldade de concentração, pois o corpo ainda estaria em um estágio profundo do sono. Por outro lado, ao despertar no final de um ciclo, durante o sono leve, a transição para o estado de vigília é mais natural e agradável.
Como calcular a melhor hora para dormir e acordar?
Se você quiser testar essa abordagem, pode planejar o horário de despertar considerando múltiplos de 90 minutos a partir do momento em que adormece. O cálculo funciona assim:
- Se você precisa acordar às 7h, idealmente deve dormir às 23h ou 00h30, para completar 5 ou 4 ciclos, respectivamente.
- Caso adormeça às 23h, seus ciclos de sono seriam aproximadamente:
- 23h → 00h30 → 2h → 3h30 → 5h → 6h30 (último ciclo completo antes de acordar às 7h).
É importante lembrar que o tempo para adormecer pode variar, então o ideal é testar essa estratégia e ajustar conforme sua rotina.
Funciona para todo mundo?
Embora muitas pessoas relatem sentir-se mais descansadas ao seguir esse método, ele não substitui boas práticas de higiene do sono, como evitar telas antes de dormir, manter um ambiente adequado e respeitar a necessidade individual de descanso (entre 7 a 9 horas por noite para adultos).
Se alguém tem dificuldades crônicas para dormir, como insônia, pode ser mais eficaz procurar um especialista em sono para avaliar as causas do problema em vez de depender apenas de tendências virais.
Essa abordagem se tornou popular no TikTok e outras redes sociais, especialmente entre a Geração Z, que busca maneiras mais estratégicas de otimizar seu descanso. No entanto, especialistas alertam que cada organismo funciona de maneira diferente e que a qualidade do sono importa mais do que seguir regras fixas de tempo.
Leia também:
Insônia? Aposte em aromaterapia!