Dormir bem vai muito além do descanso: é essencial para manter o corpo e a mente saudáveis. No entanto, milhões de pessoas enfrentam dificuldades para ter um sono reparador. Entre os problemas mais graves está a apneia do sono, condição em que a respiração para e volta diversas vezes durante a noite.
Segundo levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 72% dos brasileiros apresentam algum distúrbio do sono, e a apneia do sono afeta cerca de um em cada três adultos. Apesar da prevalência, poucas pessoas procuram tratamento, muitas vezes por acharem que roncar ou acordar cansado é normal. Dormir bem deixa de ser apenas um desejo e se torna um cuidado essencial.
Agora, quem sofre com essa condição pode contar com um tratamento inovador: o Mounjaro, aprovado pela Anvisa, promete reduzir episódios da doença e melhorar o metabolismo e a qualidade de vida.
Ronco: um alerta que não pode ser ignorado
Para Elaine Dias JK, endocrinologista e metabologista com PhD pela USP, o ronco é um sinal de alerta sério. “O ronco mostra que a passagem do ar está bloqueada e que o corpo está fazendo um esforço enorme para respirar. É um sintoma que pode estar ligado a problemas sérios de hormônios, metabolismo e coração. Ignorá-lo é um risco silencioso”, explica.
A apneia do sono está frequentemente associada a doenças crônicas, como obesidade, diabetes tipo 2 e hipertensão. O Consenso da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) reforça que controlar a apneia ajuda a melhorar o metabolismo, reduzir a pressão arterial e proteger o coração.
Mounjaro: uma novidade no tratamento da apneia do sono
Nesta semana, a Anvisa aprovou o uso da tirzepatida, comercialmente chamada Mounjaro, para adultos com obesidade e apneia do sono, tornando-se a primeira medicação com essa indicação no Brasil. A decisão se baseia nos resultados do estudo SURMOUNT-OSA, publicado no New England Journal of Medicine.
O levantamento revelou que o uso do Mounjaro reduziu a gravidade da apneia do sono em até 63% após aproximadamente um ano. O medicamento atua diretamente no metabolismo e na perda de peso, que estão entre as principais causas da doença.
Como o Mounjaro ajuda no equilíbrio do metabolismo e no sono
Segundo a especialista, o Mounjaro é promissor porque trata a raiz do problema. “Pessoas com sobrepeso acumulam mais gordura no pescoço e nas vias respiratórias, o que piora a apneia. Ao equilibrar o metabolismo e promover o emagrecimento, o sono melhora, o ronco diminui e a qualidade de vida aumenta”, detalha.
Apesar do avanço com o novo medicamento, os tratamentos tradicionais continuam sendo importantes. Entre eles estão o uso do CPAP para manter as vias aéreas abertas, o controle de peso e mudanças de hábitos de vida.

Quem mais sofre com apneia do sono?
A apneia do sono é mais frequente em homens acima de 40 anos e pessoas com excesso de peso. “Se o paciente ronca, acorda exausto ou apresenta picos de pressão durante a noite, é essencial investigar. Dormir bem não é apenas descansar. É o momento em que o corpo regula hormônios, reconstrói tecidos e mantém o metabolismo equilibrado”, alerta Elaine.
Com a combinação de medicamentos modernos, mudanças de hábitos e acompanhamento médico, é possível reduzir significativamente os riscos da apneia do sono e melhorar a qualidade de vida.
Resumo: A Anvisa aprovou o Mounjaro para adultos com obesidade e apneia do sono, mostrando-se eficaz na redução de episódios da doença e na melhora do metabolismo. Além do novo medicamento, o controle de peso e os tratamentos tradicionais continuam essenciais para garantir noites mais saudáveis e seguras.
Leia também:
Visão em risco: como a má alimentação pode afetar os olhos das crianças






