É tão crucial ter o remédio adequado em mãos para tratar um problema de saúde quanto saber o momento correto de tomá-lo. Aproveitar uma refeição para não esquecer de ingerir o medicamento ou tomar o comprimido com um copo de leite, como muitos fazem, pode não ser a melhor das decisões. Entenda como os alimentos interferem nos remédios e veja combinações que podem prejudicar!
A interação química entre certos tipos de medicamentos e alimentos e/ou bebidas pode ocorrer de diversas maneiras: diminuindo ou aumentando a absorção do princípio ativo — alterando, assim, a eficácia do tratamento — interferindo na absorção dos nutrientes da comida e até gerando reações adversas inesperadas.
Como os alimentos interferem nos remédios?
Como regra geral, especialistas recomendam tomar medicamentos sempre com água e ler a bula para identificar possíveis interações com a alimentação. Confira a seguir como os alimentos interferem nos remédios e algumas combinações que podem prejudicar e comprometer sua saúde:
Álcool e estabilizadores do humor, antibióticos e anticoncepcionais
Evitar a combinação de bebida alcoólica com qualquer tipo de medicamento é sempre uma prática prudente e segura, mesmo que nem sempre cause danos graves.
As misturas mais perigosas entre a bebida e os remédios são aquelas com medicamentos que agem no sistema nervoso central, como antidepressivos, calmantes, remédios para dormir e anticonvulsivantes.
Acontece que o álcool tende a potencializar os efeitos desses fármacos, podendo causar insônia, agitação, insuficiência respiratória, arritmia cardíaca e até coma.
Além disso, as bebidas com álcool podem interferir na absorção de certos medicamentos ao ser metabolizado no fígado, como antibióticos e anticoncepcionais. Embora não se possa afirmar que o álcool anula o efeito do medicamento, a combinação pode sobrecarregar o órgão.
Vitamina K e anticoagulante
A vitamina K presente em vegetais como couve, espinafre, repolho, couve-flor, couve-de-bruxelas, kiwi e abacate favorece a coagulação sanguínea e previne hemorragias.
Pacientes que utilizam anticoagulantes à base de varfarina (geralmente aqueles com risco de desenvolver trombos) devem seguir orientações médicas rigorosas para que sua dieta não diminua a eficácia do medicamento.
Porém, para eles, não é necessário eliminar totalmente as fontes de vitamina K da dieta. A recomendação é manter um consumo regular desse nutriente, para assim o médico consiga ajustar a dose do medicamento de maneira segura e eficaz.
Leite e antibiótico
O cálcio presente nos laticínios pode inativar o efeito da tetraciclina, um antibiótico amplamente utilizado no tratamento da acne e no combate a diversas bactérias. Isso porque o medicamento adere ao mineral e sua eficácia é reduzida.
Recomenda-se, assim, aguardar pelo menos uma hora entre a ingestão do antibiótico e produtos lácteos como leite, queijo ou iogurte. O cálcio também interfere na absorção do ferro em medicamentos para tratar anemia, por isso, quem está em tratamento contra a doença deve seguir esses cuidados.
Cafeína e broncodilatadores
De acordo com o guia da FDA (agência norte-americana de saúde) sobre interações perigosas entre medicamentos e alimentos, produtos que contêm cafeína (chás preto e verde, refrigerantes, bebidas energéticas, chocolate e café) não devem ser associados a medicamentos cujo princípio ativo é a teofilina, geralmente encontrado em remédios usados no tratamento da asma, bronquite e doença pulmonar obstrutiva crônica.
Acontece que essas substâncias se sobrepõem, aumentando a toxicidade do medicamento e intensificando efeitos adversos como taquicardia e agitação. O mesmo ocorre ao combinar cafeína com o antibiótico ciprofloxacina, resultando em dor de cabeça, insônia e náusea.
Tiramina e antidepressivos
Alimentos fermentados como queijos, vinho, embutidos e conservas contêm tiramina, substância que pode reagir com antidepressivos inibidores da monoaminoxidase (IMAOs). Essa interação potencializa a absorção do medicamento pelo organismo, podendo causar aumento súbito da pressão arterial e enxaqueca.
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