Faz 35 anos que, de um jeito ou de outro, a aids afeta nossa vida. Impressionante como, mesmo após décadas, a doença gera preconceitos! Um dos principais motivos é o fato de ser, na maioria das vezes, transmitida sexualmente. Acredite se quiser, isso constrange as pessoas, que calam várias dúvidas sobre o vírus HIV e acabam tomando como verdadeiras informações completamente equivocadas. Quer combater tal absurdo? Informe-se, a começar por esta matéria. Pois, apesar de o vírus ter deixado de ser sentença de morte, não dá pra vacilar: a prevenção é fundamental.
Pegou mal
A novela Malhação, da Rede Globo, tentou combater o preconceito. O tiro, porém, saiu pela culatra. Henrique (Thales Cavalcanti) nasceu soropositivo, mas mantinha isso em segredo. Tudo veio à tona numa aula de educação física. Luciana (Marina Moschen) e ele se esbarraram e bateram cabeça com cabeça. Como saiu um pouco de sangue, ele contou para a colega sua condição. Desesperada, ela foi a um posto de saúde e tomou o coquetel contra aids. Algumas instituições não aprovaram a abordagem. Lucinha Araújo, mãe do cantor Cazuza – que morreu em 1990 em decorrência da doença –, repreendeu a novela: “Depois de 30 anos de trabalho pra combater o preconceito, ver um programa destinado ao público jovem aconselhar soropositivos a não praticar esportes e mostrar um médico receitando medicamento antirretroviral numa situação em que dois jovens dão uma cabeçada é, no mínimo, de chorar”, disse.
Segundo Marcelo Mendonça, infectologista do Hospital Santa Paula, em São Paulo, cada caso é um caso: “O importante é dizer que o coquetel não pode ser tomado sem fundamento e um médico deve sempre avaliar a situação de risco”.
Sem dúvidas!
Se eu contrair HIV, automaticamente tenho aids?
São coisas diferentes! HIV é o vírus que pode causar a aids (sigla em inglês para Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). Alguns infectados vivem anos sem manifestar nenhum sinal da doença, que ataca as células de defesa do corpo e faz com que problemas simples, como um simples resfriado, se tornem fatais. Muita gente passa a vida sem saber que tem o vírus.
E essa história de que só gays têm a doença?
É uma mentira sem tamanho! O mito surgiu nos anos 80, junto com a epidemia da doença. Todos temos o mesmo risco de contrair o vírus. É bom lembrar que o sexo anal aumenta a possibilidade de ter HIV – o local é muito sensível e cheio de fissuras, o que pode causar sangramentos, facilitando, assim, a infecção. Como tanto héteros quanto homossexuais são adeptos da prática, o importante é usar camisinha, sempre!
Quando é preciso tomar o coquetel preventivo?
Caso uma pessoa seja exposta a uma situação de risco – como estourar a camisinha numa relação casual –, ela pode ir até um posto de saúde e pedir pela PEP, sigla para profilaxia pós-exposição sexual. Quem decide se há necessidade da aplicação é o médico, que avalia o nível do risco ao qual o paciente foi exposto. A medicação serve para que o vírus não se desenvolva no corpo humano. Para fazer efeito, a pessoa deve tomar o coquetel por 28 dias, com acompanhamento médico. Importante: ele não deve ser usado de maneira rotineira.
Será que eu tenho aids?
Se você não costuma usar camisinha, faça os exames assim que puder. E pare de brincar com sua saúde: comece a se proteger! Os sintomas variam de pessoa para pessoa, mas muitos se queixam de febre, fraqueza e perda de peso. Caso esteja num relacionamento sério e confie no seu parceiro, antes de fazer sexo sem proteção vá ao médico e realize os exames. Todo cuidado é pouco: a maioria dos casos de aids em mulheres é por traição do parceiro.
Hoje, ser portador do HIV não é como antigamente. Dependendo do organismo, quem segue o tratamento direitinho tem
uma expectativa de vida igual à de outra pessoa sem o vírus.
As únicas maneiras de contrair aids são:
✔ Com sexo sem camisinha
✔ De mãe para filho durante a gestação, parto ou amamentação
✔ Uso da mesma seringa ou agulha contaminada
✔ Transfusão de sangue contaminado
✔ Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados
Você pode cumprimentar, abraçar, beijar e até transar com uma pessoa com HIV. Chega de preconceito!
O país é referência quando o assunto é o tratamento da doença
781 mil pessoas vivem com HIV/aids
Do total de diagnosticados,metade (53,2%)se trata pelo SUS
4 em cada 10 pessoas em tratamento não estão com o sistema imunológico comprometido
De 2013 a 2014, os casos notificados caíram 5,5%, a maior redução dos últimos 12 anos
A mortalidade por aids teve queda de quase 11% desde 2003
FONTE: MINISTÉRIO DA SAÚDE