O desenhista, escritor e empresário Maurício de Sousa completa 90 anos nesta segunda-feira (27). Criador de mais de 400 personagens, ele é responsável por dar vida a Mônica, Cebolinha, Magali, Cascão e tantos outros ícones dos quadrinhos brasileiros. Sua imaginação ultrapassou as páginas dos gibis e se tornou um fenômeno cultural que há décadas conquista crianças e adultos.
Além do legado artístico, Maurício construiu uma história pessoal admirável, marcada por uma grande família, curiosidades saborosas e conquistas históricas. Confira 5 curiosidades sobre o artista:
Uma grande família
Com dez filhos, Maurício de Sousa também formou uma verdadeira “Turma da Vida Real”. Mônica, Magali, Marina, Mauro, Maurício Takeda, Mariângela, Marcelo e as gêmeas Valéria e Vanda herdaram, de alguma forma, o amor do pai pela arte e pela comunicação.
Alguns deles seguem à frente dos negócios do Grupo Mauricio de Sousa Produções, que hoje é referência mundial em entretenimento infantil. Outros atuam em áreas como design, teatro e gestão, sempre mantendo viva a essência criativa que o pai cultivou dentro de casa.
Infelizmente, um dos filhos, Maurício Spada, faleceu em 2016, aos 44 anos — mas seu nome segue presente nas homenagens da família e na memória dos fãs.
Batizou o doce Romeu e Julieta
Pouca gente sabe, mas o clássico doce brasileiro feito de goiabada com queijo ganhou o nome “Romeu e Julieta” por influência direta de uma criação de Maurício.
Nos anos 1960, Mônica e Cebolinha protagonizaram uma campanha publicitária da marca Cica, representando o casal shakespeariano. “Essa imagem ficou muito forte e o nome pegou”, contou Mônica Sousa no podcast “MoniCast”, disponível no canal da MSP Estúdios no YouTube. Desde então, a combinação de sabores e personagens tornou-se inseparável.
As raízes culturais de um artista
Nascido em Santa Isabel (SP), Maurício cresceu cercado por poesia, música e arte. Seu pai, barbeiro, também era pintor e compositor, enquanto a mãe escrevia poesias. Era comum que a casa da família reunisse rodas de chorinho, saraus e encontros de artistas locais.
Esse ambiente inspirador ajudou o jovem desenhista a desenvolver um olhar sensível para o cotidiano — característica que mais tarde se tornaria sua marca registrada nas histórias da Turma da Mônica.
Da reportagem policial à Academia Paulista de Letras
Antes de conquistar o sucesso como quadrinista, Maurício trabalhou como repórter policial na antiga Folha da Manhã. Lá, ele escrevia e ilustrava as próprias matérias, e foi justamente essa combinação que chamou a atenção dos leitores.
Décadas depois, em 2011, o desenhista entrou para a Academia Paulista de Letras, ocupando a cadeira 24, que antes pertencia ao poeta Geraldo de Camargo Vidigal. Assim, tornou-se o primeiro quadrinista brasileiro a integrar a instituição — uma vitória para a arte e para o reconhecimento dos quadrinhos como literatura.
Um legado que segue encantando
Aos 90 anos, Maurício de Sousa continua ativo, criativo e envolvido com novos projetos. Suas histórias ultrapassaram fronteiras, inspiraram adaptações para o cinema e se tornaram ferramentas de educação e inclusão.
Mais do que criar personagens, ele construiu pontes entre gerações. Por isso, cada traço seu é, também, um pedacinho da infância de milhões de brasileiros.
Resumo:
Maurício de Sousa, criador da Turma da Mônica, completa 90 anos celebrando uma carreira marcada por criatividade, família e cultura. Entre curiosidades, homenagens e conquistas, o cartunista reafirma seu papel como um dos maiores nomes da arte brasileira — e continua inspirando novas gerações com sua genialidade.
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