Ana Maria Braga relembra que criação de Louro José foi estratégica: "Boneco horrível"

Ana Maria Braga voltou à Record TV após 24 anos, no último domingo (30). Em homenagem no ‘Domingo Espetacular, a apresentadora relembrou momentos importantes de sua passagem pela emissora – inclusive a decisão de criar o Louro José para a acompanhá-la no 'Note e Anote'.

Ela explicou que a criação de Louro José foi uma estratégia para manter a audiência infantil – uma vez que a Record TV exibia desenhos animados antes de seu programa. "Vai que a mãe dele passa pela sala, vê e fala: 'Olha, legal, uma pessoa nova na televisão'. Quem sabe a mãe fica? Criei o Louro, desenhei um boneco, horrível", explicou.

Ana se emocionou ao relembrar as parcerias com Tom Veiga, intérprete de Louro José, e Palmirinha ao longo da carreira. Ele sofreu um AVC hemorrágico em novembro de 2020, enquanto ela morreu devido problemas renais em maio de 2023.

COMO TUDO COMEÇOU

Ana Maria Braga foi contratada aos 43 anos após ser demitida da Editora Abril. "Um pé na bunda às vezes te impulsiona para outros cantos. Preciso agradecer a esse diretor [que a demitiu]. Se eu soubesse onde ele está, mandava um caminhão de rosas", brincou.

Segundo Ana, sua idade foi um dos motivos que chamou a atenção de Edir Macedo na época. Ela ressaltou as preferências do empresário: "Que não fosse jovenzinha, eu já não era uma garotinha, mas uma apresentadora que tivesse um conhecimento da profissão".

“Fiz o teste, entrevistei uma moça, e passei. Eles falaram: 'Você tem um espaço de duas horas pela manhã, você pode apresentar’. Fizeram uma conta, acho que dava CR$ 1000 na época. Eu falei que topava. Me deram as câmeras e a oportunidade de falar. Eu fazia desfiles de moda, entrevista com médicos, advogados”, relembrou ela.

O mais impressionante é que os CR$ 1000 corresponderiam a nada mais do que R$ 0,36 na cotação atual. Para ganhar um pouco mais, a apresentadora abraçava as oportunidades de crescimento financeiro com propagandas.

Ela contou que começou levando os utensílios de sua própria casa para as gravações na Record TV. "Não tinha nada aqui. Trazia prato, garfos... Comecei do 0,0 [de audiência], fazendo coisas simples para as mulheres de final de semana, para dar ideias. Coisas que eu gostava de fazer, mas de um jeito mais descontraído na cozinha", explicou.

E celebrou: "Foi crescendo, melhorando, audiência subindo, comecei a ganhar dinheiro e a Record também". Com isso, a duração do programa foi prolongada para seis horas – até que a apresentadora se mudou para a TV Globo em 1999.