Desistir da transição capilar é fraqueza? Confira o relato da nossa repórter - Unsplash
RELATO

Será que desistir da transição capilar é fraqueza?

Depois de quatro anos sem química no cabelo, resolvi desistir da transição capilar e há muito tempo não me sentia tão segura com meu visual

Ana Mota Publicado em 15/07/2024, às 14h00

Os cabelos naturais, cacheados, crespos, volumosos estão em alta. Entretanto, há quem não goste e não consiga se adaptar. Afinal, será que desistir da transição capilar é fraqueza? Eu, Ana Mota, repórter de Beleza da AnaMaria, acredito que não. Voltei a alisar meu cabelo e me sinto muito mais segura com visual novo, como não me sentia há anos.

A pandemia de Covid e os longos dias de quarentena serviram para que muitas mulheres aproveitassem o tempo em casa para assumir o cabelo natural, passando pela processo de transição capilar. Foi o que aconteceu comigo. Minha última progressiva até então foi em fevereiro de 2020. Depois disso, resolvi assumir os fios naturais para conhecer, de fato, o meu cabelo.

O processo foi longo, difícil, mas muito enriquecedor também. Isso porque me proporcionou autoconhecimento sobre minha criatividade e minha paciência, além de ter trabalhado minha autoestima - com altos e baixos, claro. Lembro de não ter gostado do cabelo totalmente cacheado logo após o último corte para tirar a parte lisa. Mas resolvi que seria forte para deixá-lo crescer e entender como seria no dia a dia.

A pandemia acabou, a quarentena passou, a rotina voltou ao normal e o cabelo cresceu bastante. Entretanto, ele já não me dava a praticidade que eu precisava no dia a dia. Além disso, era ruim conviver com a incerteza de o cabelo estar ou não bom no dia seguinte para um compromisso importante, o que abalava minha confiança - mesmo que todos dissessem que estava lindo. A solução que eu encontrei foi escovar sempre que precisava sair de casa ou tentar alguns penteados diferentes.

Escovar o cabelo com frequência foi uma alternativa para adiar a desistência da transição capilar - Unsplash

 

Depois de muito pensar, entendi que já não fazia sentido manter o cabelo cacheado. Por mais que achasse bonito, eu não consegui me acostumar. Ainda assim, levei meses para tomar coragem para voltar a alisar e desistir da transição capilar que eu encarei por quatro anos.

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Foram semanas de pesquisa para encontrar qual procedimento eu adotaria para alisar os fios novamente, afinal, não queria mais a progressiva e o cabelo muito liso de antes. Eu tinha certeza de que fios totalmente lisos já não combinavam mais comigo.

Hoje, desisti da transição capilar e do cabelo comprido cacheado. Fiquei com pena de ter largado quatro anos de um longo processo, mas hoje estou feliz com os fios mais lisos/ondulados, além da praticidade no dia a dia. Não foi fraqueza, até porque, sei que, se for preciso, consigo encarar uma transição capilar com tanta força quanto antes.

Meu cabelo antes, durante e após desistir da transição capilar - Arquivo Pessoal/Ana Mota

 

Desistir da transição capilar é fraqueza?

Para Bianca Hulmann, especialista em cabelos cacheados, a resposta é não. Ela avalia que a pandemia foi o momento em que muitas mulheres abraçaram seus cabelos naturais, mas que voltar a alisar é uma "liberdade de escolha". "É fundamental que cada mulher se sinta confiante com sua aparência, seja mantendo os cachos ou optando pelo alisamento. O importante é ter opções e fazer o que nos faz sentir bem", diz à AnaMaria.

A especialista, no entanto, ressalta que a escolha de usar natural ou alisado é individual e deve ser baseada no que te faz sentir bem e confiante.

"A decisão de alisar ou manter os cachos deve ser respeitada, pois cada pessoa tem suas próprias preferências e razões. O mais importante é que você esteja feliz com sua aparência e tome a decisão que melhor atenda às suas necessidades e desejos. Não existe certo ou errado quando se trata de estilo pessoal, apenas o que te faz sentir bem", afirma.

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Desistir da transição capilar ou seguir em frente?

Se você está na dúvida se deve seguir em frente no processo ou se deve desistir da transição capilar, tenha calma. Não é uma decisão fácil mesmo. Por isso, Bianca deu alguns conselhos para quem está enfrentando este dilema.

"Primeiro, avalie suas motivações e certifique-se de que a decisão é sua. Considere a saúde dos fios, já que alisamentos químicos podem causar danos. Pense na manutenção necessária e, se estiver em dúvida, experimente técnicas temporárias como escova ou chapinha. Lembre-se de que seus cabelos naturais são bonitos e versáteis, e que aprender a cuidar deles pode aumentar sua confiança. Consulte um profissional de confiança para discutir suas opções. No final, o mais importante é que você se sinta feliz e confiante com sua escolha", orienta.

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