Essa mudança busca garantir maior segurança, reduzindo o risco, embora raro, de casos de poliomielite associados à vacina oral; saiba mais
Marina Borges Publicado em 18/11/2024, às 16h00
A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, continua sendo uma ameaça em diversas partes do mundo, especialmente em regiões onde a cobertura vacinal é baixa. A introdução de uma nova vacina injetável contra a doença no Brasil reforça a importância da prevenção e reacende o debate sobre a erradicação da mesma, que pode causar sequelas graves e permanentes.
A nova vacina injetável é parte de uma estratégia global para substituir gradativamente a versão oral (gotinha), ainda utilizada em campanhas de imunização. Essa mudança busca garantir maior segurança, reduzindo o risco, embora raro, de casos de poliomielite associados à vacina oral. Com a introdução da nova abordagem, é fundamental que os pais compreendam a importância da vacinação contra a poliomelite e como ela protege as crianças.
A poliomielite é uma doença infecciosa causada pelo poliovírus, que ataca o sistema nervoso e pode provocar paralisia, principalmente em crianças menores de cinco anos. A transmissão ocorre pelo contato com fezes ou secreções de pessoas infectadas, sendo altamente contagiosa em locais com saneamento básico precário.
Embora a maioria das pessoas infectadas não apresente sintomas, em casos graves, a doença pode levar à paralisia dos membros e, em situações extremas, à morte por insuficiência respiratória. A vacinação tem sido o principal meio de controle da poliomielite, permitindo que muitos países, como o Brasil, eliminassem casos autóctones há décadas.
A mudança para a vacina injetável contra a poliomielite está alinhada com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). A versão injetável, chamada de Vacina Inativada Poliomielite (VIP), utiliza o vírus morto, o que elimina o risco de causar poliomielite vacinal, uma complicação extremamente rara associada à vacina oral (VOP).
A VIP também oferece uma proteção mais segura e robusta, além de reforçar a imunidade individual e contribuir para a erradicação global do vírus. É importante destacar que a vacina oral foi essencial para o controle da poliomielite, mas sua substituição pela versão injetável reflete os avanços na segurança e eficácia dos imunizantes.
A introdução da VIP faz parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI), que mantém o esquema vacinal gratuito no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o calendário atualizado, a imunização contra a poliomielite segue o seguinte cronograma:
Essa combinação das vacinas VIP e VOP garante uma cobertura ampla, protegendo contra as formas mais graves da poliomielite enquanto contribui para a eliminação do poliovírus em circulação.
Embora o Brasil esteja livre da poliomielite desde 1994, a queda nas taxas de imunização nos últimos anos acende o alerta para o risco de reintrodução da doença. Em 2022, por exemplo, o índice de vacinação contra a poliomielite ficou abaixo de 70% em algumas regiões, muito abaixo da meta de 95% recomendada pela OMS para manter o vírus sob controle.
A pandemia de Covid-19 contribuiu para a redução da adesão às campanhas de vacinação, mas é crucial que os pais retomem a confiança nas vacinas. Proteger os filhos contra a poliomielite é um ato de cuidado individual e coletivo, pois impede a propagação do vírus e ajuda na meta de erradicação global.
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