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Métodos contraceptivos podem afetar os hormônios e a saúde em geral?

Os métodos contraceptivos têm diferentes mecanismos de ação e podem afetar os hormônios e a saúde de maneiras variadas. Explico no conteúdo de hoje.

Dra. Thais Mussi Publicado em 04/08/2024, às 12h57

Os métodos contraceptivos têm diferentes mecanismos de ação e podem afetar os hormônios e a saúde de maneiras variadas.

Primeiramente, é importante entender que os métodos contraceptivos hormonais, como pílulas, adesivos, injeções e dispositivos intrauterinos (DIUs) hormonais, contêm hormônios sintéticos que mimetizam os hormônios naturais do corpo, principalmente o estrogênio e a progesterona.

Pílulas combinadas

Estas contêm estrogênio e progesterona, funcionando principalmente através da supressão da ovulação. Ao inibir a liberação de hormônios folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH) pela hipófise, essas pílulas impedem que os ovários liberem óvulos.

Além disso, elas espessam o muco cervical, dificultando a passagem dos espermatozoides, e alteram o revestimento do útero, tornando-o menos receptivo à implantação de um óvulo fertilizado.

O uso contínuo pode regularizar o ciclo menstrual, reduzir dores menstruais e diminuir a incidência de cistos ovarianos. No entanto, podem aumentar o risco de trombose venosa, hipertensão arterial e, em alguns casos, influenciar negativamente o humor e a libido.

Pílulas só de progesterona (minipílulas)

Estas contêm apenas progesterona e são indicadas principalmente para mulheres que não podem usar estrogênio. Funcionam principalmente espessando o muco cervical e alterando o revestimento endometrial.

Podem ser menos eficazes na supressão da ovulação em comparação com as pílulas combinadas, mas ainda assim são altamente eficazes.

Tendem a causar menos efeitos colaterais relacionados ao estrogênio, como náuseas e retenção de líquidos, mas podem causar irregularidades menstruais.

Adesivos e anéis vaginais

Estes métodos também liberam uma combinação de estrogênio e progesterona, com mecanismos de ação semelhantes aos das pílulas combinadas.

A diferença está na via de administração, que pode ser mais conveniente para algumas mulheres e oferecer uma liberação mais estável de hormônios.

Injeções de progesterona

Administrações trimestrais de progesterona também espessam o muco cervical e afinam o revestimento endometrial. Podem suprimir a ovulação em alguns casos e são eficazes por períodos prolongados. Podem causar irregularidades menstruais, ganho de peso e alterações de humor.

DIUs hormonais

Liberam progesterona diretamente no útero, proporcionando uma liberação constante e local do hormônio. Espessam o muco cervical, afinam o endométrio e podem, em alguns casos, suprimir a ovulação. São altamente eficazes e podem durar vários anos.

Efeitos colaterais comuns incluem sangramentos irregulares e, eventualmente, ausência de menstruação.

Métodos contraceptivos não hormonais

Como os DIUs de cobre, não afetam os hormônios naturais do corpo. O cobre tem um efeito espermicida, impedindo a fertilização do óvulo. Esses métodos não alteram os níveis hormonais, evitando muitos dos efeitos colaterais associados aos métodos hormonais, mas podem causar aumento do fluxo menstrual e cólicas.

A escolha do método contraceptivo deve considerar os efeitos hormonais e como estes podem impactar a saúde geral.

Questões como histórico de doenças cardiovasculares, trombofilias, enxaquecas, e outros fatores de risco devem ser avaliados em conjunto com um profissional de saúde.

Além disso, é importante monitorar qualquer mudança na saúde física e mental ao iniciar ou alterar métodos contraceptivos, para garantir a melhor opção individualizada.

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Dra. Thais Mussi Endocrinologista e Metabolgista Colunista da Ana Maria Digital.

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