A aparência de carne vermelha viva costuma ser um dos fatores decisivos para a escolha do produto no açougue ou no supermercado. No entanto, nem sempre essa coloração intensa indica frescor. Em muitos casos, a carne vermelha é submetida a técnicas que mascaram seu real estado de conservação.
Segundo a especialista em segurança dos alimentos, Paula Eloize, é natural que a carne escureça com o passar do tempo devido à oxidação. Se a carne permanece extremamente vermelha por muitas horas, pode ser sinal do uso de aditivos, exposição à luz ou até de corantes para disfarçar alterações.
Quais são os riscos da carne “vermelha demais”
Além da manipulação da cor, outros perigos podem estar escondidos na carne “aparentemente fresca”. Ela alerta que resíduos de medicamentos, como antibióticos, antiparasitários e hormônios, podem permanecer na carne se o tempo de carência antes do abate não for respeitado.
Esses resíduos, segundo a profissional, podem causar reações adversas, resistência a antibióticos e distúrbios hormonais, mesmo quando ingeridos de forma indireta.
A especialista também denuncia práticas como adulteração de rótulos e falsificação de procedência, que dificultam o controle de qualidade. Para reduzir riscos, Paula recomenda observar com atenção alguns pontos na hora da compra:
- Cor: carne muito vermelha por longos períodos pode ter sido manipulada;
- Odor: cheiros ácidos, ferrosos ou de amoníaco indicam deterioração, mesmo se a cor parecer boa;
- Rotulagem: confira a validade, o número de registro do frigorífico e se a embalagem está intacta;
- Conservação: carne resfriada deve ser consumida em até 72 horas; congelada em pedaços, dura até 8 meses; em bifes, até 6 meses; e moída, até 3 meses;
- Armazenamento doméstico: guarde carnes cruas em recipientes fundos na geladeira, longe de alimentos prontos ou crus que serão consumidos sem cozimento.
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Como escolher carne vermelha
Paula reforça que a segurança alimentar depende de escolhas conscientes. “A carne pode parecer boa, mas estar comprometida por dentro. Corante não elimina bactérias”, afirma. Para ela, somente o controle sanitário, boas práticas de manuseio e respeito à legislação garantem a qualidade.
Ela ainda orienta que o ideal é comprar carne em locais de confiança, com selo de inspeção oficial (SIF, SIE ou SIM), ambiente higiênico e profissionais treinados no atendimento e corte.
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