A cada ano, mais e mais filhotes são dados de presente às pessoas. A princípio, a ideia parece maravilhosa, mas ela deve ser estudada e reavaliada antes da tomada de decisão. É preciso lembrar que um animalzinho não é algo reciclável e não deveria vir com a ideia de devolução. Bicho não é brinquedo e, antes dele virar um presente para alguém, você precisa avaliar questões que envolvem essa pessoa e o ambiente em que ela vive.
A primeira coisa é pensar na idade de quem vai receber o “presente”. Uma criança não é capaz de assumir todas as responsabilidades que um filhote exige. Você até pode ter combinado com ela de fazer a limpeza, levar pra passear e colocar comida, mas um animal demanda muito mais que isso. Uma pessoa idosa também pode enfrentar dificuldades para realizar o manejo ideal que o pet precisa. Ou seja, avalie muito bem o perfil de quem vai assumir essa responsabilidade.
A segunda coisa é sobre o ambiente. Esse lar que vai ser habitado pelo animal tem espaço adequado para ele brincar e se desenvolver? É seguro? Onde vai fazer as necessidades? Essas questões são fundamentais para garantir o bem estar de todos os envolvidos. A terceira coisa importantíssima a se levar em consideração é sobre a situação financeira em que a pessoa se encontra.
Um animal gera gastos. A ração precisa ser de boa qualidade, tem as vacinas, o tapetinho higiênico… Isso sem falar na possibilidade do bicho ficar doente e ainda somar gastos com veterinário. Tem mais: essa pessoa tem tempo para dedicar ao animal? Brincar, levar pra passear, educar? Afinal, ele não é um brinquedo, lembra? A ideia de tudo que falei aqui não é desanimar você, pelo contrário. É apenas para verificar se o seu presente será realmente o melhor para ambos: a pessoa e o bichinho.
Se depois desses pontos você ainda acha que presentear com um bichinho vai fazer a pessoa e o animal feliz, vá em frente! Não há dúvida de que esse, então, realmente será um presente pra lá de especial.
*MARCELA BARBIERI BORO Zootecnista, médica veterinária e adestradora.