Proveniente da Alemanha, a hidroginástica chegou ao Brasil no começo da década de 1980, quando encantou os praticantes, sobretudo por conciliar esporte, música e piscina. “Inicialmente, havia uma adesão grande de alunos que se machucavam na aeróbica e não queriam interromper os exercícios, além do público idoso”, conta Jefferson Fiori Gomes, professor de educação física.
Vantagem dos exercícios na água
Embaixo d’água, o corpo fica mais leve, o que facilita a prática dos exercícios, além de reduzir o impacto nas articulações. “A água é um meio mais denso que o ar e cria resistência nos movimentos. Porém, ao entrar na piscina, sofremos a ação do empuxo, força que atua de baixo para cima, no sentido oposto à gravidade. A pressão hidrostática também exerce sua função, contribuindo para diminuir o peso do corpo”, explica o professor.
Atividades aquáticas também funcionam
Devido a essa facilidade aparente de executar os exercícios, houve um tempo em que se sustentou o falso estereótipo de que os programas aquáticos eram mais leves e não tinham a mesma eficácia que os terrestres. “Felizmente, esse rótulo caiu. De fato, as atividades aquáticas funcionam bem como recreação por aliar o funcional ao aspecto lúdico e são bastante aplicáveis aos processos de reabilitação por conta do baixo impacto. Mas a gama de opções dentro da piscina hoje é muito mais extensa”, salienta Jefferson.
Modalidades da hidroginástica
O professor explica que as modalidades da hidroginástica são divididas em dois grupos: águas rasas (entre 1,25 e 1,35 m, aproximadamente, com a água no nível do meio do peitoral) e profundas (sem que os pés alcancem o chão da piscina, que pode variar entre 1,95 e 2,50 m).
A seguir, conheça cada uma delas, com suas aplicações e benefícios:
1. Deep running – corrida em águas profundas
A modalidade surgiu nos EUA, na década de 80, com o propósito de reabilitar soldados feridos na guerra, uma vez que era possível reproduzir os movimentos de corrida, mas com impacto zero. A resistência da água favorece o gasto metabólico, pois a musculatura tem de se empenhar mais para vencê-la. Além disso, é possível obter um alinhamento postural melhor.
2. Hidro jump – águas rasas
Trata-se do jump adaptado para a água em que a maioria dos exercícios enfatiza os membros inferiores. “A modalidade ativa ainda mais o sistema linfático por conta do impulso da cama elástica que potencializa a ação da pressão hidrostática”, ressalta Jefferson.
3. Hidro bike – águas rasas
Praticamente uma aula de spinning dentro d’água para turbinar o pique dos alunos e a perda de calorias. Ideal para perda de peso, condicionamento cardiorrespiratório, redução da celulite e diminuição de dores nas pernas provocadas por varizes. “A dica para essa aula é sentir o coração acelerar! Também evite conversas paralelas e monitore sua respiração. Se ficar ofegante, você atingiu a intensidade adequada”, orienta o professor
4. Acqua training – águas rasas e profundas
Uma aula em circuito, com estações de treino variadas em que é possível propor o deep running, hidro bike e hidro power. Aqui, os músculos são trabalhados de forma global. Essa modalidade surgiu pela necessidade de aulas mais intensas, porém prazerosas e com baixo risco de lesão.
5. Hidro zen – águas rasas
Modalidade que desenvolve flexibilidade, relaxamento, alongamento e equilíbrio de forma global.
6. Hidro pilates – águas rasas e profundas
Atende aos mesmos conceitos da modalidade terrestre homônima, agregando os benefícios da água. Desenvolve, sobretudo, força e flexibilidade.