A reconstrução mamária é uma etapa essencial do tratamento do câncer de mama, contribuindo para a recuperação física e emocional das pacientes. Nos últimos anos, o Brasil tem se destacado como referência internacional nesse tipo de cirurgia, com avanços significativos tanto no Sistema Único de Saúde (SUS) quanto na rede privada.
Segundo o cirurgião plástico Leandro Gregório, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o país é um dos poucos no mundo que garante o direito à reconstrução. “Hoje, o SUS garante não apenas a cirurgia oncológica, mas a reconstrução da mama, que pode ser imediata, realizada no mesmo ato da mastectomia, ou tardiamente, dependendo do quadro clínico da paciente”, explica.
O que o SUS já oferece
O SUS disponibiliza diferentes opções para reconstrução mamária, desde as técnicas tradicionais com próteses de silicone e retalhos até procedimentos mais modernos, como a lipoenxertia — que utiliza a gordura da própria paciente — e o uso de matriz dérmica, material biológico que melhora o suporte e a durabilidade da prótese.
“Apesar do custo elevado, a matriz dérmica já está disponível em alguns hospitais públicos e tem melhorado muito os resultados a longo prazo”, afirma Leandro. Essa combinação de métodos permite não só a restauração estética, mas também um resultado mais natural e confortável.
Avanços na rede privada
Na rede privada, a incorporação de novas tecnologias é ainda mais rápida. A lipoenxertia é atualmente a técnica que mais cresce no Brasil, especialmente por permitir uma melhor simetria entre as mamas. “Utilizamos a técnica da lipoenxertia pois ela traz naturalidade ao resultado e reduz irregularidades”, destaca o cirurgião.
Outro avanço que tem ganhado força é o uso da tatuagem 3D para reconstrução de aréola e mamilo. A técnica de micropigmentação cria um efeito visual realista, devolvendo à paciente a sensação de completude após a cirurgia. Além do impacto estético, o procedimento é uma ferramenta importante para restaurar a autoestima e o bem-estar emocional.
Reconstrução imediata
A reconstrução imediata, feita no mesmo ato da retirada do tumor, é considerada ideal sempre que possível, pois reduz o número de intervenções, encurta o tempo de recuperação e minimiza o trauma emocional.
“É um ganho enorme para a paciente saber que acordará da cirurgia com a mama já reconstruída”, afirma Leandro. Essa abordagem humanizada vem se tornando cada vez mais comum tanto no sistema público quanto na rede particular, reforçando a ideia de que a reconstrução não é um procedimento estético, mas parte essencial do tratamento oncológico.
Além do aspecto médico, a reconstrução mamária representa um marco social e psicológico. Para o especialista, é fundamental que todas as mulheres tenham acesso às mesmas oportunidades de recuperação. “O SUS e a rede privada estão cada vez mais alinhados com técnicas modernas, devolvendo não só a saúde, mas também a autoestima das mulheres. A reconstrução mamária é parte do tratamento oncológico e deve ser vista como direito das pacientes”, conclui o cirurgião.
Resumo:
A reconstrução mamária no Brasil tem avançado com o uso de técnicas como lipoenxertia, matriz dérmica e tatuagem 3D. Segundo o cirurgião plástico Leandro Gregório, o SUS e a rede privada já oferecem opções modernas que reduzem o impacto físico e emocional do câncer de mama, reforçando o direito das mulheres à recuperação integral e à autoestima.
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